PF prende general Braga Netto no inquérito do golpe
PF prende general Braga Netto no inquérito do golpe - Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa foi candidato a vice de Bolsonaro. Indiciado por tentativa de golpe de Estado, ele estaria atuando em ações para obstruir a Justiça.A Policia Federal (PF) prendeu na manhã deste sábado (14/12) o general da reserva Walter Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice de Jair Bolsonaro (PL) na chapa da campanha presidencial de 2022. Ele é alvo do chamado inquérito do golpe. A PF realiza buscas na casa do militar.
Segundo informações da jornalista Andréia Sadi, do portal G1, ele foi preso no Rio, em Copacabana, será enviado ao Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército.
Em nota, a PF informou que são cumpridos neste sábado um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra investigados que estariam atrapalhando "a livre produção de provas durante a instrução processual penal".
Um alvo de busca é o assessor de Braga Netto coronel Flávio Peregrino, em Brasília.
Peregrino foi identificado pelos investigadores como autor de documento manuscrito, apreendido pela PF na sede do PL, com um esboço de planejamento para um golpe de Estado, cujo texto termina com a frase "Lula não sobe a rampa".
Os mandados de prisão preventiva, busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).
Braga Netto será entregue ao Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército.
De acordo com a corporação, a medida "tem como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas".
Plano de golpe de Estado
Braga Netto é alvo da investigação da PF que indiciou também Bolsonaro e mais 35 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático de Direito.
Entre os indiciados, estão ex-ministros do governo Bolsonaro, ex-comandantes do Exército e da Marinha, militares da ativa e da reserva e ex-assessores do ex-presidente.
A investigação aponta Braga Netto como chefe do grupo que planejou a intervenção militar. Ele teria aprovado e financiado um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Segundo a PF, Braga Netto participou de dois núcleos de atuação no planejamento do golpe de Estado. Ele integrava o "Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado" e o "Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas".
A investigação da PF também aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro atuou de "forma direta e efetiva" no planejamento de um golpe de Estado em 2022.
O documento foi encaminhado ao STF e teve seu sigilo derrubado por Alexandre de Moraes.
O relatório foi enviado para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), órgão responsável por avaliar as provas e decidir se denuncia ou não os investigados.
md (Agência Brasil, ots)