Serial killer brasileiro mastigou coração do pai e jogou primo em moedor
Condenado por dezenas de homicídios, Pedrinho Matador afirmava ter cometido ainda mais crimes, inclusive o assassinato do próprio pai, de quem confessa ter mastigado o coração enquanto ambos cumpriam pena na cadeia.
Quem foi Pedrinho Matador
Pedro Rodrigues Filho, conhecido como Pedrinho Matador, é considerado um dos maiores assassinos em série do Brasil. Com 71 mortes em sua ficha criminal, nasceu em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, onde começou a praticar crimes com 14 anos.
Serial killer nasceu e viveu em meio à violência. Segundo Pedrinho, sua mãe sofria agressões físicas do companheiro, que a atacou inclusive durante a gravidez. "Imaginem alguém que começou a receber as pancadas da vida ainda na barriga da mãe? Era matar ou morrer", dizia. Pedrinho contava que havia nascido com o crânio machucado por conta de um chute que a mãe recebeu na barriga durante uma das brigas.
Preso pela primeira vez aos 19 anos, em 1973, Pedrinho deixou a cadeia somente em 2007. Quatro anos depois, foi preso novamente e solto em 2018.
'Deus me ajudou bastante'
Pedrinho contou que foi "obrigado" a cometer o primeiro crime. Em entrevista ao Cometa Podcast em 2021, o serial killer contou que sua primeira vítima foi o próprio primo, com quem havia tido um conflito por conta de um cavalo. Na ocasião, o então adolescente jogou o primo em uma máquina de moer cana. Segundo Pedrinho, somente o braço do primo foi esmagado pelo moedor.
Eu empurrei ele pensando que ia passar o corpo, só passou o braço. Depois eu piquei ele com um facão. Aí foi passando [na máquina]. Só não passou a cabeça. A cabeça ficou rodando. Pedrinho Matador sobre como matou um primo aos 14 anos
Na maior parte dos crimes, Pedrinho usava facas e desferia golpes no abdome das vítimas. Segundo Pedrinho, o uso da faca era comum na roça, onde nasceu e morou durante a infância e adolescência. Ao ir para grandes centros urbanos e posteriormente para a cadeia, o serial killer usou suas habilidades com o objeto nos embates contra seus inimigos. "Faca foi feita para furar", disse ao Cometa Podcast.
Ao relatar os conflitos com outros detentos, Pedrinho contou que, por vezes, sentiu que não iria vencer o oponente. "Já teve [situação em que ele achou que iria morrer], mas a gente dá sorte... Sorte não, Deus me ajudou bastante", contou ao podcast.
Em entrevista ao Estadão em 1986, Pedrinho alegou que "não mexia com ninguém". "[...] Levo minha vida. Mas se atravessarem meu caminho, mato mesmo. Todos que matei quiseram me desafiar, me enfrentar. Quando dou meu primeiro golpe, não me controlo mais. Sou assim mesmo. Mato, mato e mato", disse à reportagem.
Pedrinho assassinou o pai na cadeia
O serial killer passou grande parte da vida jurando vingança ao próprio pai. Aos 20 anos, quando já estava preso, seu pai foi cumprir pena na mesma prisão onde estava, acusado de matar a esposa, mãe de Pedrinho, a facadas. "Meu pai foi matar minha mãe porque foram falar para ele que minha mãe tinha traído ele. É mentira. [...] Meu pai destruiu minha família toda", disse ao Cometa.
Segundo Pedrinho, seu pai tinha medo de que o filho pudesse matá-lo. "Aí ele esperou eu ir para cadeia para matar minha mãe." O serial killer contou que teve autorização da Justiça para visitar a mãe no necrotério. "Eu jurei vingança no caixão da minha mãe."
O jovem então assassinou o próprio pai, com 22 golpes de faca. Segundo Pedrinho, não houve conversa ou qualquer tipo de comunicação entre ele e o pai antes do ataque. "Arrumei um 'bem bolado' lá [na cadeia] e cheguei na cela do meu pai", contou ao podcast.
Após matar o pai, Pedrinho fez o que havia prometido à mãe. O serial killer confessa ter mastigado o coração do pai.
Eu só masquei. Eu cortei o bico do coração e masquei, porque eu falei no caixão [da mãe]: vou comer o coração dele [...] Foi vingança. Eu não engoli, eu masquei e joguei em cima do corpo do meu pai dentro da cela. Pedrinho Matador
Vida pós-prisão e morte
Oficialmente, o prontuário de Pedrinho registra 11 mortes e sete tentativas de assassinato. Ele foi condenado em 20 processos. Para cumprir todas as penas pelas quais foi condenado, Pedrinho teria de passar mais de 130 anos atrás das grades. De acordo com a legislação brasileira, o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 anos.
Após ser solto em 2018, Pedrinho Matador criou um canal no YouTube, chamado "Pedrinho Ex-Matador com Jesus". Além de conteúdos religiosos, os vídeos do canal mostram Pedrinho em diferentes atividades, como "comendo uma feijoada com sua amiga", "dando um tapa no cabelo com um fã" e "visitando os parentes". "Quando o desejo da mudança é sincero, o universo conspira a favor, pondo as pessoas certas nos lugares certos. Até mesmo aqueles que são vistos e estigmatizados como o mal podem encontrar a luz", escreveu no canal.
Pedrinho Matador morreu em março de 2023. O serial killer foi morto a tiros em frente à sua casa, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Conforme informações divulgadas pela Polícia Militar na época, dois homens atiraram contra Pedro, que foi degolado pelos assassinos. Segundo o Boletim de Ocorrência do episódio, uma das principais hipóteses que explicaria o crime seria vingança, com possível envolvimento de membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Em 2020, MOV produziu uma série de podcasts que contou a histórias dos maiores seriais killers do Brasil. O episódio sobre Pedrinho Matador pode ser ouvido abaixo: