Macron nomeia aliado centrista François Bayrou para o cargo de primeiro-ministro da França
O presidente Emmanuel Macron nomeou nesta sexta-feira (13) o político centrista François Bayrou para o cargo de chefe de governo na França. Aliado histórico de Macron, Bayrou, fundador do partido MoDem (Movimento Democrata), sucede a Michel Barnier, premiê de direita deposto em 4 de dezembro por uma moção de censura votada na Assembleia dos Deputados, aprovada por parlamentares de esquerda, extrema direita e independentes.
Antes da publicação do comunicado oficial de nomeação do novo chefe de governo, Bayrou teve um encontro de mais de 1h45 com Macron no Palácio do Eliseu na manhã desta sexta. O centrista ocupava o cargo de Alto Comissário do Planejamento, encarregado de liderar e coordenar o trabalho de reflexão e planejamento das políticas públicas, levando em consideração aspectos demográficos, econômicos, sociais, ambientais, de saúde, tecnológicos e culturais.
Bayrou tem uma longa carreira política. Há dez anos ele é prefeito de Pau, cidade da região dos Pirineus (sudoeste), onde também ocupou vários cargos na administração regional nas últimas décadas. O centrista disputou três vezes as eleições presidencias (2002, 2007 e 2012), exerceu vários mandatos como deputado na Assembleia francesa e também foi deputado no Parlamento Europeu. Bayrou é um dos políticos da chamada "velha guarda" mais apreciados pelos franceses, devido às posições moderadas que defende. Além dos mandatos parlamentares, ele foi ministro da Educação e da Justiça, entre outros cargos que exerceu. Casado, o novo primeiro-ministro francês tem seis filhos e 21 netos.
O presidente francês dissolveu de forma inesperada a Assembleia Nacional em junho, após a derrota de sua base nas eleições para o Parlamento Europeu.
As eleições legislativas antecipadas resultaram em um Parlamento fragmentado em três blocos (esquerda, centro-direita e extrema direita), sem maioria absoluta.
O ex-primeiro-ministro e ex-comissário europeu Michel Barnier, que havia sido nomeado apenas três meses antes, teve que renunciar em 4 de dezembro após um histórico voto de censura contra ele na Assembleia.
Macron, cuja popularidade está em apenas 21%, segundo uma pesquisa da Elabe, havia inicialmente prometido nomear um substituto para Barnier nesta quinta-feira. Mas o anúncio foi adiado.
O tapete vermelho foi estendido desde cedo no pátio do Palácio de Matignon, sede do governo, para a transferência de poder. Mas o presidente manteve o suspense sobre a noemação até pouco antes de 13h no horário local.