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Rússia elogia declaração de Trump contra ataques da Ucrânia: 'alinhados'

Vladimir Putin e Donald Trump, em junho de 2019 - Mikhail Svetlov/Getty Images
Vladimir Putin e Donald Trump, em junho de 2019 Imagem: Mikhail Svetlov/Getty Images

13/12/2024 07h01

O Kremlin disse nesta sexta-feira (13) que a rejeição do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ao uso pela Ucrânia de armas de longo alcance fornecidas por Washington contra a Rússia é uma postura "totalmente alinhada" com a de Moscou.

"A declaração de Trump está totalmente alinhada com nossa posição, com nossa opinião sobre os motivos da escalada. É óbvio que Trump entende exatamente o que está agravando a situação", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos repórteres.

Em um artigo publicado na quinta-feira pela Time, Trump disse que se opunha "veementemente" ao fato de a Ucrânia usar mísseis americanos de longo alcance contra a Rússia. "Estamos apenas aumentando essa guerra e piorando-a", disse Trump.

Em novembro, a administração do presidente Joe Biden autorizou o uso de mísseis de longo alcance ATACMS dos EUA contra a Rússia depois que Kiev e as potências ocidentais relataram o movimento de milhares de tropas norte-coreanas em apoio aos russos.

Os comentários do Kremlin coincidiram com um novo ataque à infraestrutura de energia ucraniana, que tanto Kiev quanto Moscou descreveram como "maciço". O fornecedor privado de eletricidade DTEK disse que várias usinas térmicas foram "severamente danificadas".

De acordo com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, a Rússia disparou 93 mísseis balísticos e de cruzeiro dessa vez, 81 dos quais foram abatidos.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que o ataque foi uma retaliação ao uso de mísseis ATACMS de longo alcance dos EUA contra seu território há dois dias.

À espera de que os "pré-requisitos" sejam cumpridos

O Kremlin também disse nesta sexta-feira que os "pré-requisitos" para a realização de negociações de paz com a Ucrânia ainda não foram atendidos, à medida que aumentam as especulações sobre um possível cessar-fogo antes da próxima posse de Trump em janeiro.

"Não queremos um cessar-fogo, queremos paz, assim que nossas condições forem atendidas e todos os nossos objetivos forem alcançados", disse Dmitri Peskov aos repórteres.

O porta-voz acrescentou que os "pré-requisitos" necessários para iniciar as negociações ainda não foram estabelecidos.

A Rússia está exigindo que as forças ucranianas deponham as armas, que Kiev ceda as cinco regiões que Moscou quer anexar e que a Ucrânia renuncie à adesão à Otan.

Trump pediu um "cessar-fogo imediato" e negociações para encerrar o conflito, depois de se reunir em Paris há alguns dias com Volodimir Zelensky, sob os auspícios do presidente francês, Emmanuel Macron. Ele também disse que a Ucrânia "provavelmente" receberá menos ajuda de Washington.

Os aliados europeus e Kiev temem que Trump possa forçar a Ucrânia a fazer concessões que seriam muito significativas e que de fato dariam a Putin uma vitória geopolítica e militar.

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