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EXCLUSIVO-Yellen adverte equipe de Trump contra interferências na supervisão bancária

13/12/2024 20h40

Por Andrea Shalal e David Lawder

WASHINGTON (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, fez um apelo nesta sexta-feira para que o novo governo Trump se abstenha de interferir no que chamou de regulamentação apropriada e criticamente importante dos níveis de capital, liquidez e tomada de risco dos bancos norte-americanos.

Yellen, que atua como secretária do Tesouro dos EUA do presidente norte-americano, Joe Biden, desde que ele assumiu o cargo em janeiro de 2021, disse que o atual sistema de supervisão dos EUA não é perfeito e que é legítimo procurar maneiras de reduzir sua carga regulatória.

Mas ela advertiu contra a adoção de medidas radicais que interfeririam na supervisão necessária ou no sistema atual de seguro dos depósitos bancários, dado o longo histórico de falências bancárias que desencadeiam crises financeiras.

"Não quero dizer que exatamente o que temos é totalmente sacrossanto e não pode ser tocado. Mas não acho que esteja quebrado. Temos um bom sistema", disse Yellen à Reuters, enquanto se prepara para passar o cargo a Scott Bessent, indicado pelo presidente eleito Donald Trump para ocupar seu cargo.

O retorno de Trump à Presidência levantou a perspectiva de mudanças radicais na estrutura atual do governo federal e em uma estrutura regulatória criada ao longo de décadas para supervisionar os serviços financeiros e bancários, bem como a moeda digital.

“Os banqueiros sempre reclamam do excesso de regulamentação”, disse Yellen.

Ela disse estar preocupada com uma notícia que dizia que a equipe de transição de Trump estava explorando maneiras de reduzir, fundir ou até mesmo eliminar as principais agências reguladoras de bancos em Washington, mas não tinha informações específicas sobre seus planos.

"Vimos o que acontece quando os bancos são supervisionados de forma inadequada", disse Yellen, referindo-se às inesperadas falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank em março de 2023, e de outros antes deles que "criaram a possibilidade de uma crise financeira contagiosa".

"As lições que aprendemos com esses mais de 100 anos de história é que os bancos precisam ser supervisionados e regulamentados adequadamente para reduzir bastante as chances de falência; que o seguro de depósitos é um elemento essencial para promover a segurança, a solidez e a confiança no sistema, e que é preciso haver acesso adequado à liquidez quando os bancos tiverem problemas", disse ela.

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