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Psicopedagoga esposa de Camilo é aprovada como conselheira em TCE do Ceará

Camilo Santana e a esposa, Onélia Leite de Santana. - Instagram Onélia Leite de Santana
Camilo Santana e a esposa, Onélia Leite de Santana. Imagem: Instagram Onélia Leite de Santana
do UOL

Do UOL, em Brasília

13/12/2024 12h34Atualizada em 13/12/2024 14h23

O plenário da Alece (Assembleia Legislativa do Ceará) aprovou, nesta sexta-feira (13), a indicação da psicopedagoga Onélia Leite de Santana, esposa do ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT), para o Tribunal de Contas do Estado.

O que aconteceu

Votação secreta. A mulher de Camilo Santana recebeu 36 votos favoráveis e 5 contra sua indicação. A Alece tem 46 deputados. Um total de 41 esteve presente na sessão.

Contra. Na sessão, o deputado Alcides Fernandes (PL) se mostrou contrário à aprovação. O parlamentar afirmou que Onélia Santana "poderia ter todas as atribuições, todas as formaturas", mas é "esposa do ministro Camilo Santana". Antes da votação, o deputado de oposição Carmelo Neto (PL) declarou que "ninguém" tinha dúvidas de que Onélia seria aprovada.

Nada contra a secretária, dra. Onélia. Inclusive, fiz questão de dizer, quando me manifestei que, até onde eu saiba, presta um bom serviço ou prestou um bom serviço ao governo do estado. Mas, particularmente, pelo fato de ser esposa do ex-governador do Ceará e, atualmente, ministro da Educação, paira um problema ético.
Deputado Queiroz Filho (PDT)

Defesa".O deputado Osmar Baquit (PDT) apoiou a indicação de Onélia Santana ao TCE e defendeu a legitimidade de indicações políticas. "O que não é legítimo é chegar lá e fazer coisa errada", disse. "A mulher, quando chega em um cargo desse, incomoda. Talvez, se fosse um secretário, um filho, não falassem tanto."

Cargo "vitalício". Onélia Santana, 42, é a 5ª esposa de ministro do governo Lula (PT) em Tribunal de Contas. Ela poderá ficar no TCE-CE até os 75 anos, quando terá de se aposentar. A vaga no tribunal foi aberta após a morte, em junho, do conselheiro decano Alexandre Figueiredo.

A mulher de Camilo Santana é, atualmente, secretária de Proteção Social no governo do Ceará. A pasta desenvolve e coordena políticas de assistência social, segurança alimentar e nutricional e artesanato. Onélia tem graduação em Letras, MBA em Gestão Pública e é doutora em Ciências da Saúde.

A secretária tomou posse na pasta da Proteção Social em abril de 2022. Cerca de três semanas antes de Onélia Leite assumir a função, Camilo Santana havia deixado o cargo de governador para se candidatar ao Senado.

A corte de Contas paga R$ 39,7 mil, em salário bruto, aos conselheiros, que ainda ganham benefícios, como bônus por acúmulo de função e de processos. Em outubro, por exemplo, penduricalhos de um conselheiro somaram R$ 16,5 mil — sem incidência de Imposto de Renda.

Onélia Santana é a oitava esposa de governador ou de autoridade que já ocupou o cargo a se tornar conselheira de uma corte. Veja quem foram as outras aprovadas:

Simone Soares de Souza, esposa do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP). Desde maio de 2023 no TCE-RR.

Aline Peixoto, esposa do ex-governador da Bahia e ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Desde março de 2023 no Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA).

Daniela Barbalho, esposa do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Desde março de 2023 no TCE-PA.

Rejane Dias, esposa do ex-governador do Piauí e ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT). Desde janeiro de 2023 no TCE-PI.

Rejane Dias, esposa do ex-governador do Piauí e ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT). Desde janeiro de 2023 no TCE-PI.

Renata Calheiros, esposa do ex-governador de Alagoas e ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). Desde dezembro de 2022 no TCE-AL.

Marília Góes, esposa do ex-governador do Amapá e ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT). Desde fevereiro de 2022 no TCE-AP. Naquele ano, Waldez ainda não era ministro de Lula.

Lílian Martins, esposa do ex-governador do Piauí Wilson Martins (PSB). Desde 2012 no TCE-PI. Foi nomeada quando o marido chefiava o executivo estadual.

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