Derrite diz que policiais são os 'únicos promotores de direitos humanos'
Em meio à escalada da crise gerada pela violência policial em São Paulo, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), afirmou nesta sexta-feira (13) que os policiais são os "únicos e verdadeiros promotores de direitos humanos".
O que aconteceu
Derrite classificou crise na segurança como 'momento delicado'. Casos envolvendo violência policial em São Paulo vieram à tona nas últimas semanas. Entre eles, o de agentes jogando um homem de uma ponte — os PMs envolvidos foram afastados e um deles, preso. A sua permanência no cargo foi criticada pela oposição e por organizações de defesa dos direitos humanos.
Grupos tentam 'atrapalhar o combate ao crime', disse secretário. Segundo Derrite, "infelizmente, uma pequena parcela da sociedade e das instituições se incomodam com êxito do bem contra o mal". As declarações foram dadas durante a formatura de oficiais na Academia Militar do Barro Branco, na zona norte de São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também estava presente.
Derrite também exaltou o trabalho da PM e citou números. "Cabe a nós, em posição de liderança, impedir que desvios de conduta venham macular o bom trabalho e a imagem de nossa quase bicentenária Polícia Militar", afirmou.
Tarcísio pediu para que agentes não se afastem do que foi ensinado. "Não se pode transigir com a disciplina", disse o governador. Houve elogios para corporação e referências bíblicas.
Na semana passada, o governador disse que 'discurso tem peso'. Tarcísio afirmou que suas declarações influenciam a forma como PMs agem nas ruas e podem levar a um "direcionamento errado". A frase foi interpretada, no meio político, como uma tentativa de reduzir o estrago causado pela revelação dos casos.
Há procedimento para tudo, e a gente não pode se afastar dos procedimentos; a gente não pode se afastar daquilo que foi ensinado.
Tarcísio de Freitas, governador