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Cratera da Bela Vista é a 3ª causada por obras da linha laranja do metrô

Cratera na obra da estação Bela Vista, da Linha 6 - Reprodução/Cidade Alerta
Cratera na obra da estação Bela Vista, da Linha 6 Imagem: Reprodução/Cidade Alerta
do UOL

Do UOL, em São Paulo

13/12/2024 05h30

A obra de construção da Linha Laranja do Metrô de São Paulo já causou a abertura de três crateras nos últimos dois anos. Nesta quinta-feira (12), uma se abriu no bairro da Bela Vista por volta das 12h.

O que aconteceu

O desabamento parcial do solo ocorreu dentro de um canteiro de obras na rua Rui Barbosa. A concessionária Linha Uni, responsável pela execução do projeto, informou que o acidente ocorreu durante a passagem do ''tatuzão'' no poço VSE Almirante Marques.

Não houve registro de vítimas. Segundo a concessionária, o ocorrido não oferece riscos à população e está sendo monitorado pelos bombeiros e por uma equipe técnica.

Relembre outros acidentes

Cratera após deslizamento em obra do metrô na Marginal Tietê - REUTERS/Carla Carniel - REUTERS/Carla Carniel
Cratera após deslizamento em obra do metrô na Marginal Tietê
Imagem: REUTERS/Carla Carniel

Em 2022, um desmoronamento nas obras da linha 6-Laranja interditou um trecho da Marginal Tietê. Imagens áreas mostraram uma cratera que se formou na lateral da pista, com pedaços de asfalto cedendo e uma caixa d'água também foi engolida.

O acidente teria sido causado por um vazamento na adutora de esgoto no local. O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos da época, Paulo Galli, descartou a possibilidade do tatuzão ter sido o causador e informou que a máquina passava a três metros de profundidade de onde houve o rompimento. ''Então não foi um choque da toneladora", falou.

O secretário declarou ainda que havia chance de ter sido uma falha humana. À Globonews, o especialista em gerenciamento de risco Gerardo Portella disse que acreditava ter tido uma falha no monitoramento das condições do terreno. O especialista explicou que o período de chuvas pelo qual a cidade passava poderia ter afetado a saturação do solo, ou seja, a capacidade de absorção da água da chuva.

Trabalhadores foram retirados a tempo. Quatro deles foram socorridos para avaliação após contato com a água, mas ninguém se feriu na ocorrência.

Moradores foram as redes sociais apos a cratera chegar ao condominio - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Moradores foram as redes sociais apos a cratera chegar ao condominio
Imagem: Reprodução/TV Globo

Já em junho deste ano, a obra de construção da linha laranja foi responsável por outra cratera. Ela foi aberta na avenida Ministro Petrônio Portela, na altura do bairro Freguesia do Ó.

Parte da quadra de um condomínio foi afetada pelas escavações do "tatuzão", como é conhecida a tuneladora que faz as escavações.

Moradores foram às redes sociais após a cratera chegar ao residencial. "O maior barulho de helicóptero sobrevoando aqui perto. Abri no jornal, e simplesmente abriu a maior cratera dentro do meu condomínio por conta das obras do metrô", escreveu uma usuária. "A obra do metrô da linha 6-Laranja lascou a quadra do condomínio", disse outra.

Na época, a Concessionária Linha Uni disse que já era prevista a possibilidade de uma cratera ser aberta. "O local já estava isolado como medida preventiva e a região já era monitorada devido a esta condição atípica do solo e sua interface com as escavações do túnel com a tuneladora Norte.''

A Subprefeitura Freguesia/Brasilândia interditou a quadra atingida. Segundo a Secretaria Municipal das Subprefeituras, não havia necessidade de interdição dos imóveis do condomínio.

O prazo aparece em um relatório de administração publicado em março pela concessionária Linha Uni, responsável pela gestão e obra do projeto. Caso todo o prazo seja usado, a linha, que ligará a zona norte à região central, será entregue somente em 2028.

Linha laranja deve ser entregue em 2028

Lançada em 2008 pelo então governador de São Paulo José Serra (PSDB), a linha 6-laranja do metrô deveria ter sido inaugurada em 2012 — essa era a previsão para a entrega do maior trecho, da Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, até a estação São Joaquim, no centro.

As obras começaram com atraso em 2015. No ano seguinte, o Move São Paulo alegou não ter dinheiro e nem linha de crédito e abandonou o projeto. A obra ficou parada por cinco anos no total e foi retomada no fim de 2020.

Ao todo, estão previstas 15 estações —desde a região da Brasilândia até o centro da capital paulista, na ligação com a linha 1-Azul. Com ônibus, esse percurso dura entre uma hora e meia e duas horas. Com o metrô, a estimativa é que os passageiros gastem 23 minutos.

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