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PF indicia mais três militares em inquérito de tentativa de golpe de Estado

Invasão de manifestantes ao Congresso, STF e Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023 - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Invasão de manifestantes ao Congresso, STF e Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023 Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
do UOL

Do UOL, em São Paulo

11/12/2024 16h23Atualizada em 11/12/2024 18h02

A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (11) mais três pessoas na investigação de tentativa de golpe de Estado em 2022. Com isso, o total de indiciados vai a 40.

O que aconteceu

Os novos indiciados são três militares:

Com a atualização, são 40 pessoas na lista dos indiciados. Ela inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general, Braga Netto (PL), ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, e outros ex-ministros de Estado (veja a lista completa abaixo).

Quem são os novos indiciados

Bolsonaro com o Tenente Portela, suplente de senador pelo Mato Grosso do Sul - Redes Sociais - Redes Sociais
Bolsonaro com o Tenente Portela, suplente de senador pelo Mato Grosso do Sul
Imagem: Redes Sociais

Aparecido Portela é um militar da reserva suspeito de arrecadar recursos para a tentativa de golpe. No relatório que indiciou Bolsonaro e seus aliados, a PF apontou que Portela recolheu valores com manifestantes no Mato Grosso do Sul para um "churrasco". Segundo a PF, trata-se de um código para os planos golpistas.

Portela é amigo de Bolsonaro. Conhecido como Tenente Portela, ele serviu com o ex-presidente no Exército e, de acordo com a PF, visitou Bolsonaro no Palácio da Alvorada 13 vezes só em dezembro de 2022. É também o atual suplente da senadora Tereza Cristina (PP-MS), ministra da Agricultura no governo Bolsonaro.

Portela disse ao tenente-coronel Mauro Cid que estava sendo cobrado por apoiadores do MS sobre o andamento dos planos em Brasília. Em mensagem enviada em 26 de dezembro de 2022, o militar afirmou que "o pessoal que colaborou com a carne" queria saber "se vai ser feito mesmo o churrasco". Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, respondeu que sim e garantiu: "nada está acabado ainda, de nossa parte".

Com a frustração do plano, Portela afirmou que teria que devolver o dinheiro. No dia 29 de dezembro, véspera da viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos, o militar perguntou a Cid por mensagem se havia "alguma esperança ainda, ou podemos aceitar a derrota". Cid respondeu: "zero". Já em 12 de janeiro, após os atos em Brasília, Portela disse a Cid que o "pessoal está em cima de mim aqui", e que teria que ressarcir os valores doados.

Reginaldo Vieira de Abreu - Reprodução/Exército Brasileiro - Reprodução/Exército Brasileiro
Reginaldo Vieira de Abreu
Imagem: Reprodução/Exército Brasileiro

Reginaldo Vieira de Abreu é um coronel reformado que teria auxiliado nos planos golpistas. Ele era chefe de gabinete do general Mario Fernandes, número dois da Secretaria-Geral da Presidência de Bolsonaro e apontado pela PF como peça-chave no plano de matar o ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente Lula (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).

Abreu defendeu ruptura democrática, em áudio obtido pela PF. Em 5 de novembro de 2022, dias após a derrota de Bolsonaro nas urnas, o militar enviou áudio a Fernandes defendendo que deveria haver uma ação fora das "quatro linhas da Constituição", expressão frequentemente usada pelo ex-presidente. "Quatro linhas da Constituição é o caceta. Nós estamos em guerra, eles estão vencendo, está quase acabando, e eles não deram um tiro por incompetência nossa", disse.

O tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo, suspeito de planejar assassinato de Lula, em 2022 - Reprodução - Reprodução
O tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo, suspeito de planejar assassinato de Lula, em 2022
Imagem: Reprodução

Rodrigo Bezerra de Azevedo é suspeito de participar dos planos para matar autoridades. Segundo a PF, ele atuou na operação dos chamados "kids pretos", membros das Forças Especiais do Exército, que planejou matar ou sequestrar Moraes em 15 de dezembro de 2022.

Azevedo foi preso em novembro junto com outros "kids pretos". A PF descobriu que um dos celulares usados no plano contra Moraes estava no nome do militar, que é tenente-coronel da ativa. No dia 3 de dezembro, após a prisão, Azevedo depôs à PF e afirmou que sequer estava em Brasília no dia da operação, porque comemorava seu aniversário com a família em Goiânia.

Veja a lista de todos os indiciados

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da silva
  3. Alexandre Rodrigues Ramagem
  4. Almir Garnier Santos
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Gustavo Torres
  7. Anderson Lima De Moura
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Aparecido Andrade Portela
  10. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  11. Bernardo Romão Corrêa Netto
  12. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  13. Carlos Giovani Delevati Pasini
  14. Cleverson Ney Magalhães
  15. Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
  16. Fabrício Moreira De Bastos
  17. Filipe Garcia Martins
  18. Fernando Cerimedo
  19. Giancarlo Gomes Rodrigues
  20. Guilherme Marques De Almeida
  21. Hélio Ferreira Lima
  22. Jair Messias Bolsonaro
  23. José Eduardo De Oliveira E Silva
  24. Laércio Vergílio
  25. Marcelo Bormevet
  26. Marcelo Costa Câmara
  27. Mario Fernandes
  28. Mauro Cesar Barbosa Cid
  29. Nilton Diniz Rodrigues
  30. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  31. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  32. Rafael Martins de Oliveira
  33. Reginaldo Vieira de Abreu
  34. Rodrigo Bezerra de Azevedo
  35. Ronald Ferreira de Araújo Junior
  36. Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
  37. Tércio Arnaud Tomaz
  38. Valdemar Costa Neto
  39. Walter Souza Braga Netto
  40. Wladimir Matos Soares

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