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ONG denuncia 'condições alarmantes' de crianças migrantes na Grécia

11/12/2024 13h07

As condições em que as crianças migrantes e refugiadas estão vivendo nos campos de acolhimento na Grécia são "alarmantes", alertou a Save the Children nesta quarta-feira (11), pedindo à UE e ao governo grego que garantam "sua segurança e proteção".

Realizada entre abril e julho de 2024 em vários campos de refugiados na Grécia, a pesquisa relata as "condições alarmantes" em que as crianças vivem nessas instalações, incluindo a falta de serviços de proteção, alimentação precária e infestada por baratas, de acordo com a ONG, que trabalha com o Conselho Grego de Refugiados (GCR).

"A política de acolhimento do governo grego baseia-se principalmente na restrição para crianças que buscam asilo e suas famílias, que vivem em campos isolados onde as condições são ruins", acrescenta.

Apesar das estruturas legais gregas e europeias que impõem "proteção especial" a esses menores, a realidade no local mostra que "não há medidas apropriadas para ajudar as crianças a se integrarem", continua o texto.

O relatório destaca as "duras realidades" enfrentadas por essas crianças nos campos de refugiados, onde suas famílias relatam "mofo em alguns espaços", "comida servida após a data de validade" e "uma grave falta de espaços seguros e adequados para crianças".

Os campos na Grécia continental, onde vivem cerca de 2.100 menores, estão longe dos centros urbanos, o acesso é difícil e "as estruturas de acomodação não estão adaptadas aos padrões europeus", alerta Dafi Kapetanaki, representante da Agência da ONU para Refugiados (Acnur).

As duas agências pedem que as autoridades gregas "tomem medidas imediatas para melhorar as condições de vida das crianças nos campos" e "garantam o acesso a serviços essenciais, priorizando sua segurança e bem-estar".

A Grécia registrou um aumento significativo no número de migrantes e refugiados em 2024. Mais de 58.000 pessoas chegaram ao país nos primeiros 11 meses de 2024 por meio das ilhas do mar Egeu, incluindo 13.000 crianças. Isso representa 50% a mais do que no ano passado, de acordo com a Acnur.

hec/mr/es/mb/jmo

© Agence France-Presse

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