'Novo procedimento de Lula é de baixíssimo risco,' analisa médico
O novo procedimento que será realizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (12), é considerado de "baixíssimo risco", afirmou o médico Luís Borba, professor de neurocirurgia da UFPR (Universidade Federal do Paraná), durante participação no UOL News, do Canal UOL.
Existe na literatura algumas complicações, mas na grande maioria das vezes é um procedimento de baixíssimo risco. É um cateterismo. O contraste vai dizer para onde está indo o sangue. O médico experiente, no momento que vê que tem comunicação com vasos para outras áreas, ele não faz. O risco é muito pequeno.
Eles estão otimizando o resultado. Os médicos que estão tratando o presidente são pessoas excelentes, experientes e extremamente cautelosos e sérios. Não são aventureiros. Não tem nenhum ali procurando manchete de jornal. Se ta sendo feito isso, eles estão fazendo a coisa correta.
Luís Borba, professor de neurocirurgia da UFPR
Após sentir fortes dores de cabeça, Lula foi submetido a cirurgia de emergência devido à hemorragia cerebral, em São Paulo. Os médicos disseram que o petista evoluía bem, sem sequelas e que permaneceria em observação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Na tarde desta quarta-feira (11), no entanto, um boletim médico revelou que Lula fará um novo procedimento para interromper o fluxo de sangue em uma região de seu cérebro e impedir novos sangramentos. A informação foi recebida com surpresa.
Após repercussão negativa, o Dr. Roberto Kalil, médico que cuida do presidente, disse em entrevista a jornalistas que o novo procedimento (tido como simples) já estava previsto desde a primeira cirurgia e negou que a equipe médica estivesse escondendo informações. "Hoje a equipe médica discutiu o procedimento. Nós íamos divulgar para vocês, porque isso não é esconder informação, porém o presidente e a Janja fizeram questão de colocar no boletim antes", afirmou ele.
O que aconteceu com Lula?
O presidente Lula se queixou de dores na cabeça no fim da tarde de segunda-feira (9), após o encontro com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Palácio do Planalto.
Lula saiu do Planalto às pressas pouco depois das 18h. A bandeira com o brasão da República, que indica onde o presidente está, só foi arriada por volta das 20h20, e a transferência para São Paulo só foi divulgada na madrugada.
Após passar por exames médicos no Sírio-Libanês em Brasília e ser constatado um sangramento, o presidente foi transferido para São Paulo no avião presidencial, acompanhado por médicos, mas sem uma estrutura hospitalar de UTI. A primeira-dama Janja o acompanhou.
Como será o novo procedimento?
O presidente passará por uma embolização das artérias meníngeas, capaz de prevenir sangramentos como o que teve, conforme explicou a reportagem do VivaBem, plataforma de saúde e bem-estar do UOL. O procedimento está previsto para esta quinta-feira (12).
A embolização é considerada é uma alternativa pouco invasiva, que pode ser feita para tratar problemas em diferentes órgãos, como miomas, tumores e aneurismas. No caso de Lula, ela será feita na artéria meníngea média, que fica nas meninges (as camadas que revestem o cérebro e onde foi o sangramento do presidente). A ideia é complementar a cirurgia realizada por Lula na madrugada de terça-feira (10).
O paciente recebe anestesia geral e fica desacordado. Há a entrada de um cateter pela artéria femoral, que sobe pela aorta até chegar ao crânio. Ali, ele identifica a artéria meníngea e entope o vaso. Isso é necessário porque a cápsula da hemorragia não é retirada na cirurgia, pois fica muito aderida ao cérebro. No entanto, ela é muito vascularizada e pode propiciar o risco de novos sangramentos.
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