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'Faltou transparência', diz Raquel Landim sobre novo procedimento de Lula

do UOL

Do UOL, em São Paulo

11/12/2024 18h02

A colunista Raquel Landim criticou a falta de transparência após anúncio sobre novo procedimento que será realizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (12). A avaliação da jornalista foi feita durante participação no UOL News, do Canal UOL.

Eu acho que faltou transparência no caso desse novo procedimento. Se a gente puxar pela memória, na primeira coletiva sobre a cirurgia do presidente Lula, os médicos foram questionados se havia a possibilidade de novos sangramentos. E eles disseram que essa possibilidade era remota, porque o hematoma havia sido todo drenado.

Então, no momento que, no meio do caminho, entre o que eles tinham falado e agora, que surge um novo procedimento, eles precisam se explicar. Trata-se do presidente da República. Raquel Landim, colunista do UOL

Após sentir fortes dores de cabeça, Lula foi submetido a cirurgia de emergência devido à hemorragia cerebral, em São Paulo. Os médicos disseram que o petista evoluía bem, sem sequelas e que permaneceria em observação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Na tarde desta quarta-feira (11), no entanto, um boletim médico revelou que Lula fará um novo procedimento para interromper o fluxo de sangue em uma região de seu cérebro e impedir novos sangramentos. A informação foi recebida com surpresa.

O presidente Lula está internado no Sírio-Libanês, só recebe a visita de familiares. A gente não tem acesso a outras fontes, não temos vídeos dele. A gente precisa se fiar nas palavras dos médicos. É complicado surgir uma informação dessas, de uma hora para outra, sem muitos detalhes, contrariando uma informação que havia sido dada pela equipe médica anteriormente.

Acho que precisa dessa delicadeza da comunicação, neste momento, sobre o estado de saúde do presidente, para não gerar especulações infundadas. Então, eu acho que eles precisam vir a público quanto antes e explicar isso melhor para todo mundo.
Ranquel Landim, colunista do UOL

Após repercussão negativa, o Dr. Roberto Kalil, médico que cuida do presidente, disse em entrevista a jornalistas que o novo procedimento (tido como simples) já estava previsto desde a primeira cirurgia e negou que a equipe médica estivesse escondendo informações. "Hoje a equipe médica discutiu o procedimento. Nós íamos divulgar para vocês, porque isso não é esconder informação, porém o presidente e a Janja fizeram questão de colocar no boletim antes", afirmou ele.

O que aconteceu com Lula?

O presidente Lula se queixou de dores na cabeça no fim da tarde de segunda-feira (9), após o encontro com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Palácio do Planalto.

Lula saiu do Planalto às pressas pouco depois das 18h. A bandeira com o brasão da República, que indica onde o presidente está, só foi arriada por volta das 20h20, e a transferência para São Paulo só foi divulgada na madrugada.

Após passar por exames médicos no Sírio-Libanês em Brasília e ser constatado um sangramento, o presidente foi transferido para São Paulo no avião presidencial, acompanhado por médicos, mas sem uma estrutura hospitalar de UTI. A primeira-dama Janja o acompanhou.

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Imagem: Arte UOL | Revisão: Mauricio Panicio, neurocirurgião

Qual foi o procedimento?

Como será o novo procedimento?

O presidente passará por uma embolização das artérias meníngeas, capaz de prevenir sangramentos como o que teve, conforme explicou a reportagem do VivaBem, plataforma de saúde e bem-estar do UOL. O procedimento está previsto para esta quinta-feira (12).

A embolização é considerada é uma alternativa pouco invasiva, que pode ser feita para tratar problemas em diferentes órgãos, como miomas, tumores e aneurismas. No caso de Lula, ela será feita na artéria meníngea média, que fica nas meninges (as camadas que revestem o cérebro e onde foi o sangramento do presidente). A ideia é complementar a cirurgia realizada por Lula na madrugada de terça-feira (10).

O paciente recebe anestesia geral e fica desacordado. Há a entrada de um cateter pela artéria femoral, que sobe pela aorta até chegar ao crânio. Ali, ele identifica a artéria meníngea e entope o vaso. Isso é necessário porque a cápsula da hemorragia não é retirada na cirurgia, pois fica muito aderida ao cérebro. No entanto, ela é muito vascularizada e pode propiciar o risco de novos sangramentos.

Veja a íntegra do programa:

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