Agenda regulatória da CVM de 2025 inclui regime 'Fácil' e três outros itens
A Comissão de Valores Mobiliários divulgou nesta quarta-feira, 11, sua agenda regulatória para 2025, com quatro normas a serem editadas. O tópico mais importante a ser introduzido é o regramento no regime de Facilitação do Acesso a Capital e de Incentivo a Listagens (Fácil).
Completam a lista de novidades regulatórias para o próximo ano a flexibilização de requisitos de emissão e divulgação de debêntures; a modernização da norma de Fundos de Investimento em Participações (FIP); e, modificações no rito dos Processos Administrativos Sancionadores (PAS).
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, destacou hoje, na cerimônia do 48º aniversário a autarquia, que seu foco regulatório em 2025 será a democratização do mercado de capitais.
Nascimento destacou os trabalhos derivados da consulta pública sobre o Fácil, que visa dar condições mais oportunas para o acesso de companhias de menor porte ao Mercado de Capitais, e a "potencial" edição de resoluções capazes de flexibilizar requisitos para mercados organizados de menor porte e para o segmento de crowdfunding.
Regras do regime
Trata-se da regulamentação dos artigos 294-A e 294-B da lei das SA (6.404/76). A nova norma terá como objetivo dar condições facilitadas para o acesso de companhias de menor porte ao mercado de capitais, que estão em uma faixa intermediária entre o crowdfunding de investimentos e o mercado tradicional de valores mobiliários.
O crowdfunding de investimentos hoje atende empresas com até R$ 40 milhões de faturamento bruto e que desejam fazer ofertas públicas de até R$ 15 milhões.
Sobre o novo regime, cuja consulta pública se estende até a semana que vem, Nascimento disse que o regime vem para superar travas como os custos de abertura e manutenção do registro de companhias abertas e vai atrair emissores pensando em equity, mas sobretudo em dívida.
Segundo Nascimento, no Brasil historicamente a renda fixa é muito relevante. Com isso, o Fácil traz, também, uma possibilidade para que diversos emissores pequenos e médios, que querem e precisam emitir dívidas ou instrumentos ligados a dívida, possam acessar o mercado de capitais.
"No fim do dia, isso não deixa de ajudar a reduzir o custo de capital das empresas, na medida em que há uma desintermediação financeira e as empresas conseguem acessar investidores diretamente, pulverizar esses títulos", disse.
"É uma transformação muito relevante e o grande desafio é o equilíbrio de flexibilização vis-a-vis segurança e transparência para o investidor", afirmou o presidente da CVM.