A participação do ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski em sessão no Senado evidenciou o cinismo dos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sergio Moro (União Brasil-PR), afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta quarta (4).
Lewandowski defendeu o trabalho da Polícia Federal na investigação da trama golpista. O ministro foi questionado pelo senador Flávio Bolsonaro sobre um possível uso político da PF para perseguir seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Já Moro acusou Lewandowski de "confessar que a segurança pública não é prioridade no governo Lula".
Essas sessões com Lewandowski no Congresso e no Senado foram um espetáculo de cinismo. Uma das pessoas que convocaram o ministro foi o Sergio Moro, que foi o personagem daquela famosa reunião de abril de 2021 com Bolsonaro. Vale comparar o que foi dito naquela reunião com o que Lewandowski falou agora.
Bolsonaro reclamou que queria alguém na Polícia Federal para lhe dizer o que estava ocorrendo contra parentes e aliados. Ele não tinha condições disso porque Moro era o ministro da Justiça e não deixava Bolsonaro mandar na PF.
Aquela reunião deflagrou a demissão de Moro, que saiu chutando o balde. Depois, fez as pazes com Bolsonaro por questões eleitorais e agora está fazendo no Congresso a mesma coisa que Flávio Bolsonaro. Tales Faria, colunista do UOL
Tales frisou que tanto Moro como Flávio Bolsonaro condenaram um suposto uso político da PF pelo para perseguir opositores, mas ambos ignoraram que ajudaram a aparelhar o órgão durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Lewandowski vem e fala exatamente o contrário do Bolsonaro. Ele disse não conhecer quem era o delegado e que a PF é um órgão de Estado. Bolsonaro nunca soube disso, tentou indicar o [Alexandre] Ramagem para diretor-geral da PF e o Supremo não deixou. Ele colocou o Ramagem na Abin [Agência Brasileira de Inteligência] e a transformou naquilo que queria fazer na PF.
Moro e Flávio Bolsonaro falam para o ministro da Justiça que ele está tentando aparelhar a PF. Foi exatamente o que os dois fizeram e brigaram por isso. Foi um espetáculo de cinismo. Tales Faria, colunista do UOL
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