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PM diz que tentou 'acertar' homem antes dele ser jogado de ponte, diz site

do UOL

Do UOL, em São Paulo

04/12/2024 09h36Atualizada em 04/12/2024 11h01

Um dos policiais envolvidos no caso do homem que foi jogado de uma ponte em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, relatou a advogados que tentou "acertar" Marcelo do Amaral, 25, antes de abordá-lo. A conversa foi gravada pelo Metrópoles.

O que aconteceu

PM diz que tentou "acertar" o "moleque de azul" durante a perseguição. Em outro momento, ele afirma que "teria descido para dar um tiro", mas o barulho de carros na rua abafa o restante da fala e não é possível entender o que ele diz depois.

[...] Alinhadinho ali na base 1 [sic]. Aí vem uma motinho [sic] e de um lado o moleque sai correndo. Aí eu saio de dentro da viatura e tento acertar ele. Não acertei. Desembarquei. Isso quando eu subo, aí é justamente o moleque de azul, eu vi que ele chegou ali em cima [inaudível]. Eu teria descido para dar um tiro [inaudível]. Aí eu pensei muito naquilo [inaudível].
PM narra ação violenta contra jovem

Vídeo: PM afastado diz que teria dado um tiro em homem jogado de ponte - Metrópoles/Reprodução - Metrópoles/Reprodução
PMs e advogados conversam antes de depoimento na Corregedoria
Imagem: Metrópoles/Reprodução

Marcelo foi jogado de uma ponte em uma abordagem no domingo (1º). Segundo registro policial, Marcelo conduzia uma moto sem placa e foi perseguido por cerca de dois quilômetros após ser abordado em Osasco, na Grande São Paulo. Mas o registro policial omitiu que ele foi jogado da ponte após ser interceptado.

Moradoras gravaram a ação violenta. Testemunhas ouvidas pelo UOL dizem que cerca de 15 pessoas se aproximaram para socorrê-lo, "mas os policiais não deixaram". Após sair do córrego, ensanguentado e desnorteado, Marcelo e foi levado por um amigo até um hospital.

Policiais foram intimadas a prestar depoimento na Corregedoria da PM após o caso ser noticiado pela imprensa. Após a divulgação do vídeo, 13 PMs foram afastados e a conduta deles será investigada, diz a SSP.

'Política de morte e vingança'

Ouvidor diz que pediu afastamento e punições. Em nota, Claudio Silva afirmou que medidas não têm se mostrado eficazes contra violência policial.

Policiais foram punidos com trabalho administrativo. Segundo o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, eles ficarão afastados das ruas até a conclusão das investigações. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que um inquérito policial militar foi aberto para apurar os fatos.

Derrite exaltou PM em nota que repudia ato de violência dos policiais afastados. Em publicação nas redes sociais, o secretário de Segurança Pública de São Paulo afirmou que "anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais".

Sabemos, entretanto, que essas medidas não estão sendo eficazes para o estancamento desse derramamento de sangue em nosso estado, fruto de uma política de morte e vingança, constantemente legitimada pela maior autoridade de Segurança Pública do Estado, que é a SSP.
Claudio Silva, ouvidor das polícias de SP, em nota

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