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PF: Inquérito sobre golpe foi concluído 'sem condenação prévia nem PPT'

do UOL

Do UOL, em Brasília

04/12/2024 15h14Atualizada em 04/12/2024 18h36

O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Passos Rodrigues, fez críticas indiretas à Operação Lava Jato para defender as conclusões do inquérito sobre tentativa de golpe de Estado que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas.

O que aconteceu

"Sem PPT". Em café com jornalistas, Rodrigues afirmou que a investigação não condenou ninguém por antecipação "nem usou Power Point", em referência a episódios da Operação Lava Jato, quando foi indagado sobre o timing da conclusão do inquérito. Segundo o diretor-geral, foram trazidos os indícios encontrados pela investigação, sem condenar ninguém antecipadamente. Ele também disse que não houve vazamento de nenhuma imagem de preso algemado no camburão ou sofrendo "esculacho" ao longo de mais de um ano de investigação.

Então, é assim que a gente trabalha, mostrando todos os indícios e aí, ao final, sem condenar ninguém... O único Power Point que apresentei para vocês foi este daqui [um balanço de atividades da PF]. Sem condenar ninguém por antecipação, sem Power Point, sem 'esculacho', a gente prendeu agora cinco pessoas.

Aliás, durante todo este ano de investigação, alguém viu algum preso algemado, 'esculachado'? Alguém tem alguma imagem, alguns reclamaram, e ainda reclamam muito, que não tem essa imagem.
Andrei Rodrigues, em café da manhã com jornalistas, em Brasília

Crítica à Lava Jato. A referência de Rodrigues era ao Power Point apresentado pelo ex-procurador Deltan Dallagnol, em 2016, quando, em uma apresentação à imprensa, ele causou polêmica ao colocar Lula no centro de um grande esquema de corrupção, sem apresentar evidências. Além disso, na Lava Jato eram comuns imagens de políticos e empresários sendo levados algemados para a cadeia.

Relatório e prisões

O relatório final da investigação sobre tentativa de golpe foi concluído dois dias após a PF prender cinco suspeitos de envolvimento na trama. Além de haver medidas pendentes para serem concluídas após essas prisões, o relatório final não aponta, por exemplo, quem seriam todos os envolvidos na operação "Copa 2022", na qual militares das Forças Especiais chegaram perto da residência do ministro Alexandre de Moraes, do STF, em Brasília.

Segundo a PF, o objetivo da operação seria de prender ou mesmo matar Moraes. Plano, porém, foi abortado de última hora devido a não concordância do comandante do Exército na época, general Freire Gomes.

PF também ainda não identificou quem era o quarto alvo indicado no plano golpista para assassinar autoridades. Planejamento encontrado com general da reserva Mario Fernandes previa eliminar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes, além de uma quarta autoridade identificada como "Juca", que a PF não identifica no relatório final.

Questionado sobre este nome, o diretor-geral disse que eles ainda não têm informação sobre quem seria. Ele também afirmou desconhecer que algum dos investigados que foram presos na Operação Contragolpe tenha procurado a PF para tentar um acordo de delação premiada.

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