Ministério cobra rapidez do governo de SP na apuração de violência policial
O Ministério dos Direitos Humanos cobrou rapidez do governo de São Paulo na apuração do caso do policial militar que jogou um cidadão de uma ponte na capital paulista.
O que aconteceu
Pasta do governo Lula disse que vai acionar a Secretaria de Segurança da gestão Tarcísio. O órgão afirmou em nota que vai pedir que o caso tenha um delegado especial e que a Corregedoria da Polícia Militar adote as medidas cabíveis.
Para o ministério, a cena de violência foi "estarrecedora". "Causa mais indignação aos defensores de direitos humanos que este não é um episódio isolado, e que somente a gravação do vídeo possibilitou o conhecimento público desta truculência policial", diz o texto.
O órgão destaco que o canal de denúncias Disque 100 tem setor específico para tratar dos casos de violência institucional. O serviço é gratuito e funciona 24 horas todos os dias.
Policial jogou homem de ponte em SP
Na segunda (2), um PM arremessou um homem do alto deponte em Cidade Ademar, na zona sul da capital. Marcelo do Amaral, 25, caiu de cerca de três metros e saiu do córrego ensanguentado e desnorteado, segundo testemunhas.
A ação foi registrada em vídeo por uma testemunha (veja). Os agentes usavam câmeras corporais, e a Corregedoria da PM disse que vai usar as imagens para entender a ocorrência, mas elas não foram divulgadas ao público até o momento. Treze policiais envolvidos no caso foram afastados.
Outros casos recentes de violência tiveram grande repercussão. No início de novembro, um PM de folga matou um homem negro de 26 anos com tiros pelas costas em frente a um mercado no Jardim Prudência, zona sul da capital. Imagens das câmeras de segurança mostram que a vítima pega sabonetes e tenta sair da loja correndo. Ele escorrega na entrada, e o policial saca a arma e inicia os disparos. Em depoimento, o agente disse que agiu em legítima defesa.
No último dia 20, um PM matou um estudante de medicina de 22 anos com um tiro no peito num hotel na Vila Mariana, zona sul. A ação foi gravada pelas câmeras de segurança do local. Os dois agentes envolvidos na abordagem usavam câmeras corporais, mas alegam que elas estavam desligadas. Testemunhas, no entanto, contradizem essa versão, segundo o advogado da família da vítima. A PM fará uma perícia para confirmar se os equipamentos estavam, de fato, desativados.