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Policiais proibiram socorro de jovem jogado de ponte, dizem testemunhas

Marcelo do Amaral, 25, jovem gravado enquanto era jogado de uma ponte por um PM em Cidade Ademar, zona sul da capital paulista, foi visto por moradores saindo do córrego ensanguentado e desnorteado, dizendo ter batido com a cabeça. Ele foi arremessado e caiu de cerca de três metros. Ainda segundo as testemunhas, policiais impediram que ele fosse socorrido por moradores. A SSP nega.

Segundo registro policial, o jovem conduzia uma moto sem placa e foi perseguido por cerca de dois quilômetros após ser abordado em Diadema, no ABC. Mas a ocorrência omitiu que ele foi jogado da ponte após ser interceptado.

Apuração do colunista do UOL, Josmar Jozino, dá conta de que Marcelo do Amaral foi jogado da ponte pelo PM Luan Felipe Alves Pereira, da Rocam.

Testemunhas ouvidas pelo UOL dizem que cerca de 15 pessoas se aproximaram para socorrê-lo após a vítima ter sido jogada no córrego. "Mas os policiais não deixaram. Eles mandaram todo mundo sair", disse um dos moradores.

Após sair do córrego, Marcelo aparentava estar confuso e foi socorrido por um amigo, que o levou a um hospital em outra moto, segundo o relato das testemunhas.

Ele saiu do córrego, subiu um morro e depois desceu pela escadinha. Estava todo sujo e com a cabeça sangrando. Veio cambaleando e estava desnorteado. Perguntamos: 'de onde você é?'. Ele nem conseguia responder. Falou só que tinha batido com a cabeça.
Morador que testemunhou a ação

Um outro morador disse que o PM que apareceu na filmagem era o mais agressivo. "Ele xingava todo mundo e estava muito agressivo", disse.

Spray de pimenta e golpes de cassetete

Havia um baile funk na rua com grande aglomeração de pessoas quando os policiais se aproximaram, perseguindo o jovem de moto.

A rua tava cheia, tinha gente até na adega. O moleque passou dando fuga. Os policiais já veio [sic] lá de cima, pegou [sic] o moleque e afastou o pessoal.
Morador que testemunhou a ação

As testemunhas ouvidas pela reportagem no local relatam que uma viatura em perseguição precisou retornar em decorrência da grande quantidade de pessoas.

Foi quando surgiram cerca de cinco equipes da Rocam, unidade da PM que faz patrulhamento com motocicletas.

Os moradores se queixam da truculência dos agentes com a vítima e com os próprios moradores.

O moleque passou de moto sem capacete. Quando foi parado, os policiais já começou [sic] a bater, com chutes e socos, esculachando. Aí, o pessoal no baile tentou evitar, gritando: 'Ô, senhor! Não precisa disso, não. Larga o moleque'. Ai, os PMs pegaram spray de pimenta, cassetete e batendo em todo mundo.
Morador do bairro Cidade Ademar

Segundo as testemunhas, a ação durou cerca de 30 minutos. E, para os moradores, há apenas uma certeza: que ação só teve consequências porque foi filmada. "A polícia era para ser a nossa segurança. Em vez disso, é o nosso medo".

Procurada, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) disse não ter recebido denúncias de violência policial com moradores ou sobre uma suposta proibição ao socorro do jovem jogado da ponte. "A Corregedoria [da PM] está à disposição para apuração de qualquer eventual conduta inadequada por parte de seus agentes", disse a pasta por meio de nota.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do publicado na primeira versão do texto, o motociclista foi abordado na cidade de Diadema, não em Osasco. O texto foi corrigido.

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