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Eduardo Bolsonaro pede liberdade de foragidos do 8/1 em evento na Argentina

Eduardo Bolsonaro durante discurso na CPAC Argentina, evento que reúne figuras da direita mundial - Reprodução
Eduardo Bolsonaro durante discurso na CPAC Argentina, evento que reúne figuras da direita mundial Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

04/12/2024 20h15Atualizada em 04/12/2024 21h13

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) discursou nesta quarta-feira (4) no CPAC Argentina, evento que reúne figuras da direita mundial.

O que aconteceu

Eduardo exibiu pôster com a imagem de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro foragidos na Argentina e pediu a libertação deles. A plateia do evento de direita se levantou e fez coro de "liberdade". "Faço um apelo para o governo argentino analisar o mais rápido possível o caso desses brasileiros", disse.

Deputado disse que os foragidos não são terroristas, só participaram de "um protesto que foi muito longe". A Polícia Federal concluiu, em relatório da investigação divulgado na semana passada, que o 8/1 foi incitado para justificar um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder.

A ministra da Segurança da Argentina, Patrícia Bullrich, estava na plateia. Eduardo já havia pedido liberdade dos condenados à ministra em encontro na bancada do telejornal "La Nación", na última terça (3). Na ocasião, ele pediu que o governo conceda liberdade aos fugitivos, ao que a ministra respondeu que o processo está nas mãos da Justiça e que o governo de Javier Milei cumpre ordens judiciais.

Milei, que também discursou no evento, ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto.

Atualmente 60 militantes bolsonaristas vivem foragidos na Argentina. No mês passado, a Justiça do país determinou a prisão deles —o UOL apurou que eles devem ser extraditados.

Eduardo divulgou vídeo em que diz ter visitado dois foragidos na cadeia em La Plata, a 80 km de Buenos Aires. Ele falou com duas familiares dos homens, que solicitaram refúgio político no país vizinho. O processo deles ainda não foi analisado.

Deputado também saiu em defesa do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Colocaram Bolsonaro inelegível porque se [ele] encontrou com embaixadores. [...] Pedir mais transparência em um processo eleitoral é permitido em uma democracia, se não pode [pedir], não é mais democracia, seguramente é ditadura", disse.

Bolsonaro está inelegível até 2030, condenado por abuso de poder político e econômico em dois processos. O primeiro é relacionado a uma reunião em que convocou diplomatas para colocar, sem provas, dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro. O encontro foi transmitido pela estatal TV Brasil. O segundo é por ter usado a comemoração do bicentenário da independência do país, em 7 de setembro de 2022, para fazer campanha.

Bolsonaro leva narrativa de perseguição a evento

Ex-presidente se disse perseguido pela Justiça. Ele enviou uma declaração em vídeo ao CPAC Argentina. Ele criticou Alexandre de Moraes, do STF, mas disse esperar que o ministro o libere para ir à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro do ano que vem.

Por ordem de Moraes, Bolsonaro está proibido de sair do Brasil. O ex-presidente teve o passaporte apreendido em uma operação da Polícia Federal, no âmbito do inquérito que apura tentativa de golpe, e também foi impedido de se comunicar com outros investigados.

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