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Alexandre de Moraes não defendeu que prédio do STF fosse incendiado

4.dez.2024 - Moraes lia ataques de outras pessoas quando falou em atear fogo ao prédio do STF - Arte/UOL Confere sobre reprodução/Instagram
4.dez.2024 - Moraes lia ataques de outras pessoas quando falou em atear fogo ao prédio do STF Imagem: Arte/UOL Confere sobre reprodução/Instagram
do UOL

Ricardo Espina

Colaboração para o UOL

04/12/2024 19h10

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes não defendeu que o prédio do Supremo fosse incendiado, como insinuam publicações compartilhadas nas redes sociais.

O trecho do vídeo usado nos posts enganosos foi retirado de contexto. No conteúdo original, Moraes citava exemplos de ataques ao STF durante leitura de seu voto a favor do inquérito sobre fake news, em 2020.

O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

O que diz o post

O post contém o seguinte texto: "Bomba. Uma preciosidade, uma verdadeira relíquia". Uma mulher diz que "este vídeo está tirando o sono desse cara", referindo-se a Moraes. "Antes de ser ministro do STF, ele fala até em atear fogo no STF", completa.

A publicação traz um trecho de um vídeo de Moraes, no qual o ministro fala "Quanto custa atirar à queima-roupa nas costas de cada ministro filho da puta do Supremo Tribunal Federal que quer acabar com a prisão em segunda instância? Se acabarem com a prisão em segunda instância, só nos resta jogar combustível e tocar fogo no plenário do Supremo Tribunal Federal com ministros barbies dentro"

Por que é distorcido

Moraes cita exemplos de ataques ao Supremo ao ler voto. Ao buscar no Google por uma das frases ditas por Moraes (aqui), verifica-se que ela faz parte do voto do ministro no inquérito das fake news, em 17 de junho de 2020, quando ele cita diversos exemplos de ameaças registradas ao Supremo e a seus magistrados (aqui, aqui, aqui, aqui e abaixo, a partir de 1min21). As publicações enganosas retiraram a explicação inicial do ministro, dando a entender que a ameaça se tratava de uma vontade própria dele.

Moraes se tornou ministro do Supremo em 2017. O presidente Michel Temer indicou a nomeação de Alexandre de Moraes, então ministro da Justiça, ao Supremo em 2017 (aqui e aqui). Aprovado em sabatina no Senado por 19 votos a 7 (aqui), ele assumiu o cargo em março daquele ano, ocupando a vaga de Teori Zavascki, morto em um acidente de avião (aqui e aqui). Portanto, a fala de Moraes compartilhada nos posts desinformativos não foi proferida antes de ele se tornar ministro do Supremo.

Viralização. Até a tarde desta quarta (4), um post no Instagram tinha mais de 1.100 curtidas.

Este conteúdo também foi checado pela Reuters.

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