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Mulher e bebê morrem durante parto em maternidade de Salvador

Kevellin Paim Barbosa, de 22 anos, morreu após o parto na maternidade Albert Sabin, em Salvador - Arquivo pessoal
Kevellin Paim Barbosa, de 22 anos, morreu após o parto na maternidade Albert Sabin, em Salvador Imagem: Arquivo pessoal
Lorena Barros e Rafael Leite
do UOL

Colaboração para o UOL, de Belo Horizonte, e do UOL, em São Paulo

03/12/2024 18h10

Kevelli Paim Barbosa, de 22 anos, e sua bebê, faleceram durante o parto na Maternidade Albert Sabin, em Salvador, na última sexta-feira (29). A Polícia Civil investiga o caso.

O que aconteceu

De acordo com a polícia, os familiares da vítima foram informados que Kevellin morreu em decorrência da Síndrome de Hellp. O bebê, natimorto, teria sido estrangulado pelo cordão umbilical.

Segundo o boletim de ocorrência, a gravidez de Kevellin era de risco pois a mulher era hipertensa. Inicialmente, ela fazia o acompanhamento pré-natal na UPA do bairro, mas foi orientada pelo médico a buscar um especialista. Ela, então, começou a fazer o acompanhamento na maternidade Albert Sabin.

A mulher teria chegado a marcar a data para a realização da cesariana. No dia 27 de novembro, ela e o marido foram até a maternidade conforme planejado, para dar início aos procedimentos.

Ainda de acordo com o documento, a médica que acompanhou Kevellin não estava presente. Portanto, uma médica plantonista ficou responsável por realizar o parto. Ela, então, começou a induzir o parto normal, ministrando um medicamento.

A família teria informado à médica que, durante o pré-natal, foi orientado a realização da cesariana. Ela, porém, havia informado que esse seria o procedimento padrão do hospital.

Na madrugada de sexta-feira, após a administração de seis comprimidos para a indução do parto, a médica verificou que os batimentos da bebê estavam muito fracos. Kevelli, então, foi levada à sala de cirurgia para uma cesariana de emergência.

Durante o parto, os médicos constataram que a bebê já estava sem vida, com o cordão umbilical enrolado no pescoço. Pouco tempo depois, já no quarto, Kevellin passou mal e foi levada de volta à sala de cirurgia. Ela teve uma parada cardíaca e morreu.

"A mãe queria cesariana. Ela tem problema de pressão alta desde os 17 anos, então ela queria ter a cesariana para não correr o risco da eclâmpsia", afirmou Jefferson Santos, marido de Kevellin, ao UOL. "A médica que acompanhava ela reforçou que precisava ser uma cesariana por conta do tamanho do bebê, que estava grande para a barriga dela, e por ela ter pressão alta. Mesmo assim, forçaram o parto normal", afirmou.

"Esse descaso resultou na morte de minha filha e possivelmente foi o motivo da morte de minha esposa", disse Jefferson. "Se eles tivessem feito o parto na quarta-feira, como estava determinado fazer, hoje, ela estaria aqui", afirmou a avó de Kevellin, Edilene, à TV Bahia (afiliada da TV Globo). A Polícia Civil investiga o caso.

Em nota, a diretoria da Maternidade Albert Sabin informou que "a gestante foi admitida na unidade conforme todos os protocolos indicados." Eles também afirmaram que o parto realizado foi o cesáreo e que, "mesmo diante de todas as intervenções dos profissionais, intercorrências resultaram em óbito fetal e da mãe".

"A equipe de assistência adotou todos os procedimentos indicados para o caso", garante a maternidade. Eles também disseram que "a equipe de plantão elaborou relatório para avaliação em Sistema de Verificação de Óbito (SVO)." Confira, abaixo, a nota na íntegra.

A diretoria da Maternidade Albert Sabin manifesta profunda consternação diante dos óbitos ocorridos. A unidade esclarece que a gestante foi admitida na unidade conforme todos os protocolos indicados. Diferente do relatado, o parto realizado foi o cesáreo. Infelizmente, mesmo diante de todas as intervenções dos profissionais, intercorrências resultaram em óbito fetal e da mãe. Destaca-se que a equipe de assistência adotou todos os procedimentos indicados para o caso. Diante da causa não definida/indeterminada de óbito, a equipe de plantão elaborou relatório para avaliação em Sistema de Verificação de Óbito (SVO).

Uma sindicância está sendo instaurada e o Comitê de Ética Médica irá solicitar apuração de forma imparcial junto à Diretoria Geral como forma de avaliação transparente do caso para que se possa apresentar respostas mais claras e objetivas aos familiares.

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