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'Perplexo': comandante da PM admite 'falhas' após homem ser jogado de ponte

do UOL

Do UOL, em São Paulo

03/12/2024 13h46Atualizada em 03/12/2024 14h03

O policial gravado jogando um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo no domingo (2) estava usando câmera corporal no momento da ação, assim como os outros agentes que o acompanhavam. A informação é do Comandante-Geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas.

O que aconteceu

Imagens das câmeras são analisadas pela corregedoria, diz coronel. Em entrevista à GloboNews, o comandante não detalhou se as câmeras gravaram o momento em que o motociclista é jogado em um córrego.

Comandante-geral da PM disse que ficou "perplexo" com caso do homem jogado de ponte. "Tenho 34 anos de serviço e nunca tinha visto algo parecido. Esses 13 profissionais vão ter o direito deles de explicar se todos realmente viram esse momento", disse.

Policial nas ruas é "maior defensor dos direitos humanos", diz comandante. Ele pediu "desculpas ao cidadão" e à família dele. "Fica aqui a minha colocação como desculpas aos familiares, a esta pessoa que foi arremessada, isso não reflete o nosso trabalho", disse.

Uma instituição com 90 mil homens, que trabalha 24 horas por dia atendendo 30 milhões de ocorrências vai ter sim uma taxa de falha. Somos humanos.
Coronel Cássio Araújo de Freitas, à GloboNews

Policial é ouvido nesta terça-feira. O responsável pela ação não teve identidade divulgada, mas a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que todos os policiais envolvidos no caso foram afastados das ruas e cumprem trabalhos administrativos.

Sobre as câmeras, nós temos nesta operação três policiais, eles estavam com as câmeras [corporais] e as imagens destas câmeras estão sendo analisadas neste momento na nossa corregedoria.
Coronel Cássio Araújo de Freitas, à GloboNews

Jovem arremessado de ponte não teve ferimentos graves, segundo fontes na polícia. Ele passou a ser perseguido por PMs da Rocam após fugir de uma abordagem quando conduzia uma moto sem placa por volta das 23h deste domingo em Diadema, na Grande São Paulo.

Ele foi interceptado pela PM em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, após perseguição de 2 km. De acordo com o registro policial, os agentes não encontraram nada ilícito durante a abordagem, pouco antes de o jovem ter sido arremessado da ponte. Na cena registrada em vídeo por uma testemunha, há a participação de ao menos quatro policiais militares.

'Política de morte e vingança'

Ouvidor diz que pediu afastamento e punições. Em nota, Claudio Silva afirmou que medidas não têm se mostrado eficazes contra violência policial.

Policiais foram punidos com trabalho administrativo. Segundo o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, eles ficarão afastados das ruas até a conclusão das investigações. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que um inquérito policial militar foi aberto para apurar os fatos.

Derrite exaltou PM em nota que repudia ato de violência dos policiais afastados. Em publicação nas redes sociais, o secretário de Segurança Pública de São Paulo afirmou que "anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais".

Sabemos, entretanto, que essas medidas não estão sendo eficazes para o estancamento desse derramamento de sangue em nosso estado, fruto de uma política de morte e vingança, constantemente legitimada pela maior autoridade de Segurança Pública do Estado, que é a SSP
Claudio Silva, ouvidor das polícias de SP, em nota

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