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Ibovespa começa dezembro com viés negativo por cautela com fiscal e EUA

02/12/2024 11h40

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta segunda-feira, com agentes financeiros entrando no último mês do ano ainda preocupados com situação fiscal no país e enxergando um cenário menos favorável a emergentes após a eleição Estados Unidos, dada a perspectiva de uma política mais protecionista a partir de 2025.

Por volta de 11h20, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, perdia 0,45%, a 125.101,06 pontos. O volume financeiro somava xx bilhões de reais. No ano, até o momento, o Ibovespa acumula queda de 6,77%, após avanço nos dois anos anteriores (+22,28% em 2023 e +4,69% em 2022). O volume financeiro no pregão somava 4,16 bilhões de reais.

De acordo dom analistas do BB Investimentos, investidores vinham em compasso de espera em função da expectativa de anúncio de um pacote de corte de gastos e contenção de despesas, entretanto o conjunto de medidas anunciadas desencadeou um movimento forte de aversão a risco.

"Desse modo, o Ibovespa se consolida em uma tendência de baixa mais acentuada, rondando o limite inferior do canal secundário de baixa no gráfico diário e com novos suportes em torno dos 123 mil, 121 mil e 118 mil pontos", acrescentaram, conforme análise técnica semanal enviada a clientes.

"Não descartamos repiques nesse curto prazo, que podem encontrar como suporte a atratividade dos valuations das empresas, que se apresentam muito descontados com as baixas mais recentes", completaram.

Pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira endossou o cenário mais negativo para as ações brasileiras, com aumento nas previsões para o IPCA neste ano e em 2025, enquanto a estimativa para a Selic permaneceu em 11,75% para o final de 2024, mas subiu para 12,63% ao final de 2025.

Após os últimos anúncios no campo fiscal no Brasil e com a perspectiva de uma agenda mais protecionista nos EUA, "investidores permanecem pessimistas sobre a situação das contas públicas e, consequentemente, desmotivados com as ações brasileiras", ressaltaram analistas do Itaú BBA.

"Mais uma vez, simplesmente estar exposto ao Ibovespa não parece um bom negócio - é necessário fazer um trabalho diligente nos investimentos em ações, separar o joio do trigo, e investir somente no que interessa", afirmaram Victor Natal e Mathias Dabdab, do Itaú BBA, em nota a clientes.

A B3 também divulgou nesta segunda-feira a primeira prévia para a carteira do Ibovespa que irá vigorar a partir do dia 6 de janeiro, com a entrada das ações da Marcopolo e saída dos papéis da Alpargatas e da Eztec.

DESTAQUES

- ALPARGATAS PN recuava 2,7% em meio ao viés negativo generalizado no setor de consumo, com o índice desse segmento na B3 perdendo 0,24%. As ações da dona da marca Havaianas também ficaram de fora da primeira prévia da carteira o Ibovespa para os primeiros quatro meses de 2025.

- ULTRAPAR ON caía 2,79%, retomando a tendência negativa que marcou novembro (-14%) e após saltar quase 5% no último pregão.

- SLC AGRÍCOLA avançava 4,6%, o melhor desempenho - e com folga - do Ibovespa nesta sessão. No pano de fundo, a safra brasileira de soja está tendo um desenvolvimento adequado na maior parte do país e caminha para um novo recorde, segundo consultorias especializadas no setor.

- NATURA&CO ON subia 1,22%, tendo no radar relatório de analistas do Citi adotando um "upside catalyst" de 90 dias para as ações e excluindo o "alto risco" da recomendação de compra. O Citi, porém, cortou o preço-alvo dos papéis de 19 para 18,50 reais, citando custo de capital próprio (Ke) maior.

- ITAÚ UNIBANCO PN era negociada em baixa de 0,94%, em dia negativo para todos os bancos do Ibovespa. O índice do setor financeiro, que também inclui papéis de outras empresas que não bancos como B3 e IRB(Re), mostrava declínio de 0,77%.

- VALE ON tinha acréscimo de 0,24%, após subir mais de 2% no último pregão. Na China, o contrato do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian , encerrou as negociações do dia com alta de 1,26%, a 806 iuanes (110,90 dólares) a tonelada.

- PETROBRAS PN registrava variação positiva de 0,08%, em dia avanço dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent subia 1,22%, a 72,72 dólares.

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