Topo
Notícias

EUA pede que 'todos os países' usem 'sua influência' para desescalada na Síria

02/12/2024 15h40

Os Estados Unidos pediram, nesta segunda-feira (2), para todos os países usarem sua "influência" para ajudar a reduzir as tensões na Síria, onde grupos rebeldes conseguiram, em uma ofensiva relâmpago, tomar amplas áreas do norte do país das forças governamentais.

"Queremos que todos os países usem sua influência para pressionar por uma desescalada, pela proteção dos civis e, em última instância, por um processo político mais adiante", disse aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Quando perguntado se a mensagem era dirigida à Turquia, para proteger a população curda, Miller disse: "Continuaremos deixando claro em cada parte e cada país que tenha relação com os grupos na Síria que têm que fazer tudo o possível para proteger os civis".

Hayat Tahrir al-Sham (HTS), um grupo islamista com apoio da Turquia, e facções aliadas organizaram uma ofensiva relâmpago na semana passada lançada do noroeste da Síria, perto da fronteira turca, tomando o controle de partes controladas pelo governo, incluindo Aleppo, a segunda cidade síria.

Dias depois, grupos apoiados pela Turquia lançaram um ataque contra a região estratégica de Tal Rifaat, em poder dos curdos.

Em meio à escalada, os Estados Unidos disseram que o presidente sírio, Bashar al Assad, apoiado pelo Irã e pela Rússia, tinha perdido legitimidade, mas destacou em seguida que derrubá-lo não é uma prioridade, pois os rebeldes não são uma alternativa melhor.

"Nada mudou em relação a nossa política. Assad é um ditador brutal, que tem sangue nas mãos", declarou Miller. 

"A organização que lançou esta ofensiva durante o fim de semana é uma organização terrorista, catalogada assim pelos Estados Unidos. É claro que não apoiamos essa organização de forma alguma", prosseguiu.

Washington mantém cerca de 900 militares americanos na Síria com o objetivo de lutar contra o grupo Estado Islâmico (EI) e forjou uma aliança com as Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos.

A Turquia associa as FDS a militantes curdos que lutam dentro de suas próprias fronteiras.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou, em seu primeiro mandato à frente da Casa Branca (2017-2021), a retirada das tropas americanas após os pedidos do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mas voltou atrás depois de conversar com o presidente francês, Emmanuel Macron.

sct/st/mel/llu/mvv/ic/am

© Agence France-Presse

Notícias