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PM afasta ex-chefe de segurança no governo de SP preso em ação contra PCC

Tarcísio de Freitas e o capitão Diogo Costa Cangerana, afastado por suspeita de envolvimento em esquema do PCC, durante agenda pública do governador - Reprodução
Tarcísio de Freitas e o capitão Diogo Costa Cangerana, afastado por suspeita de envolvimento em esquema do PCC, durante agenda pública do governador Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

02/12/2024 12h44Atualizada em 02/12/2024 12h44

A Polícia Militar de São Paulo afastou da corporação o capitão Diogo Costa Cangerana, que atuou na equipe de segurança do Palácio dos Bandeirantes e foi detido na última terça-feira (26) em uma operação da Polícia Federal que investiga fintechs ligadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

O que aconteceu

Policial afastado está detido em presídio militar de São Paulo. A SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) confirmou ao UOL nesta segunda-feira (2) que Cangerana foi afastado da PM-SP e está no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo.

Capitão é apontado pela PF como articulador do "sistema financeiro do crime". A operação federal, chamada Tai-Pan, foi deflagrada para desarticular organização criminosa ligada ao PCC voltada à prática de crimes contra o sistema financeiro, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Cangerana atuou como chefe de segurança no governo paulista. Embora o capitão ocupasse, segundo a própria gestão estadual, o cargo de "Chefe de Equipe da Divisão de Segurança de Dignitários do Departamento de Segurança Institucional", o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) negou que o policial exercesse uma função de chefia em sua segurança pessoal e acrescentou que ele foi "mandado embora" da Casa Militar em setembro. Na ocasião, Cangerana foi transferido para o 13.º Batalhão da PM, responsável pelo patrulhamento da Cracolândia.

"Ele prestava serviço na Casa Militar, estava lá há 14 anos e foi mandado embora", afirmou Tarcísio. "Trabalhou durante 14 anos [na Casa Militar], com vários governadores. Quando eu cheguei, ele foi embora. Nós tiramos ele em setembro deste ano. Se a gente soubesse de alguma coisa, obviamente ele teria saído há muito mais tempo", disse o governador após participar da inauguração de uma escola em Mogi Guaçu (SP), um dia após a operação da PF.

Cangerana foi visto ao lado de Tarcísio em agendas públicas. Em publicações no perfil oficial do governador no Instagram, ele aparece acompanhando Tarcísio em um ato de campanha com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) no Mercado Municipal de São Paulo, em agosto, e durante uma viagem a Balneário Camboriú (SC) para a Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) Brasil, segundo revelado pelo Estadão.

'Maçãs podres'

Tarcísio minimizou envolvimento de policiais com organização criminosa. "O que você tem são atos isolados de pessoas que desviam conduta, como tem em qualquer outra organização. E esses que desviam conduta vão ser severamente punidos. Podem ter certeza: vão ter a pior punição possível para servir de exemplo", afirmou no mesmo evento na última quarta-feira (27).

Não podemos falar da polícia dessa maneira. A polícia é boa, séria, profissional, presta um relevante serviço por mim, por você, pela nossa sociedade e, obviamente, em toda instituição, infelizmente, a gente tem as maçãs podres, e essas maçãs podres nós vamos tirar do cesto, punir severamente. Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas

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