Biden muda de ideia e perdoa filho Hunter em casos de evasão fiscal e compra de arma
O presidente americano Joe Biden concedeu indulto oficial na Justiça a seu filho Hunter na noite deste domingo (1). A decisão encerra uma batalha de anos de Hunter na Justiça, incluindo uma condenação federal por compra ilegal de arma de fogo.
Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York
Em um comunicado divulgado pela Casa Branca, Biden justificou a decisão, dizendo que as acusações contra Hunter tinha motivação política. "Nenhuma pessoa razoável, que analise os fatos dos casos de Hunter, pode chegar a outra conclusão além de que ele foi alvo apenas por ser meu filho - e isso está errado", declarou. Em junho, Biden havia afirmado que aceitaria o veredito do julgamento do filho.
Hunter Biden foi condenado por três crimes federais relacionados à compra ilegal de uma arma e admitiu sua culpa em nove acusações fiscais por falsificação de registros e omissão de declarações de renda, no período em que foi dependente de crack e álcool.
As acusações de crimes fiscais contra o filho do presidente americano poderiam resultar em até 17 anos de prisão. Ele também poderia pegar 25 anos pelo crime de porte ilegal de armas. De acordo com especialistas, porém, o mais provável é que as penas fossem reduzidas e cumpridas simultaneamente.
O perdão significa que Hunter Biden não será sentenciado por seus crimes e impede sua prisão. Assim que os juízes que supervisionam seus casos forem notificados da decisão, eles provavelmente cancelarão as audiências de sentença, que estavam programadas para acontecer no dia 12 de dezembro no processo sobre porte ilegal de armas e 16 de dezembro no caso dos impostos.
A decisão engloba possíveis crimes federais que Hunter Biden possa ter cometido entre janeiro de 2014 e dezembro de 2024, o que inclui o período como membro do conselho da empresa de gás ucraniana Burisma. O filho do presidente sofreu acusações de uso de acesso privilegiado a informações para favorecer seus negócios no exterior.
Precedentes
O presidente Biden prometeu que não interferiria no processo judicial, mas mudou de ideia antes de deixar a Casa Branca. "Ao tentar destruir Hunter, eles tentaram me destruir - e não há razão para acreditar que isso parará por aqui. É hora de dar um basta", afirmou o presidente em comunicado.
Perdões presidenciais para familiares não são inéditos. Bill Clinton perdoou seu meio-irmão Roger Clinton por acusações de uso de cocaína, e Donald Trump perdoou Charles Kushner, pai de seu genro, por crimes fiscais. Esses atos, no entanto, foram emitidos para exonerar os processos, já que as penas já haviam sido cumpridas.