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Cientista Rogério Cezar de Cerqueira Leite morre aos 93 anos

Rogério Cezar de Cerqueira Leite morreu aos 93 anos - KEINY ANDRADE/29.mar.2017-FOLHAPRESS
Rogério Cezar de Cerqueira Leite morreu aos 93 anos Imagem: KEINY ANDRADE/29.mar.2017-FOLHAPRESS
do UOL

Do UOL, em São Paulo

01/12/2024 11h35

O cientista e professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite morreu na madrugada deste domingo (1º) em São Paulo, aos 93 anos.

O que aconteceu

Informação foi confirmada pela família em publicação nas redes sociais. O velório do cientista está marcado para as 13h deste domingo no Cemitério Flamboyant.

Cerqueira Leite era engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Ele lecionou na instituição, assim como na Unicamp (Universidade de Campinas) e na Universidade de Paris.

Ele foi professor emérito da Unicamp. O engenheiro trabalhou como professor titular da instituição entre os anos de 1970 e 1987, dirigindo os institutos de Física e Artes e sendo o coordenador geral das faculdades durante sua carreira na universidade.

Membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo. Ele entrou no conselho do jornal em 1978 e foi colunista até o ano de 2022. Em sua coluna, publicou sobre assuntos diversos, que vão de atuação de multinacionais, programa nuclear, nacionalismo e ensino superior.

Polêmica envolvendo Sérgio Moro. Em 2016, Cerqueira Leite publicou uma coluna na Folha chamando Moro de "juiz messiânico". Na ocasião, o então juiz federal escreveu uma carta de repúdio ao jornal e o acusou de "cegueira ideológica". "Intelectos condicionados por princípios de intolerância não percebem a diferença entre metáforas e ações concretas", respondeu o físico.

Ele deixa três filhos.

Universidades lamentam morte

A USP afirmou que Cerqueira Leite foi "um dos grandes nomes do desenvolvimento da ciência e da tecnologia brasileiros". "Sua presença no debate público a respeito das políticas do ensino superior, sobre a necessidade de uma atuação da Universidade mais próxima da sociedade e na defesa da democracia influenciaram uma geração de pesquisadores em todas as áreas do conhecimento", diz trecho da nota publicada pela instituição.

Unicamp destacou "renome internacional" do cientista. "Sua trajetória, marcada por uma intensa atividade acadêmica e um profundo engajamento com o desenvolvimento do país, deixou contribuições inestimáveis para a Unicamp, da qual é professor emérito, e para a ciência brasileira", disse a universidade em nota.

"Um dos mais importantes cientistas do país", diz Mercadante. Em nota, o presidente do BNDES lembrou que Cerqueira participou da implantação do projeto Sírius, maior infraestrutura científica do Brasil, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), e não pôde estar presente no lançamento fundamental do Projeto Orion neste ano por "saúde debilitada".

Sem o professor Cerqueira Leite, a ciência brasileira ficará carente de uma uma figura fundamental, que além da contribuição intelectual, tinha profundo compromisso com a soberania nacional e com a democracia.
Aloizio Mercadante, em nota

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