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Lula não discursa, e ministros falam de golpe em evento com Tarcísio

Do UOL, em Brasília e São Paulo

29/11/2024 12h26Atualizada em 29/11/2024 14h19

Durante evento com Tarcísio de Freitas (Republicanos), integrantes do primeiro escalão do governo Lula (PT) fizeram discursos se referindo ao plano de assassinatos para impedir que o presidente tomasse posse. O governador de São Paulo, que minimizou o plano golpista afirmando se tratar de "uma narrativa que carece de provas", ouviu tudo sem reagir.

O que aconteceu

Lula estava no local e não discursou. O ato ocorreu para assinar contratos de investimentos de R$ 10,6 bilhões em ferrovias, rodovias e linha de metrô em São Paulo. Em suas falas, membros da equipe do governo federal abordaram a tentativa de golpe.

Ministros de Lula ressaltaram que a parceria só é possível por causa da democracia —palavra repetida várias vezes durante o ato. Vice-presidente e um dos alvos a ser assassinado, Geraldo Alckmin (PSB) lembrou que foi prefeito na época da ditadura.

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Ele fez questão de frisar a diferença de tratamento com opositores numa ditadura. Alckmin contou que ganhava uma pulseira de cor diferente por ser contra os militares e não era recebido pelo então presidente.

De acordo com a PF, militares que trabalhavam no Palácio do Planalto no governo Jair Bolsonaro (PL) planejaram um golpe. Eles pretendiam matar Lula, Alckmin e o Alexandre de Moraes. Uma operação chegou a ser iniciada e tinha o ministro do STF como alvo, mas foi abortada.

Tarcísio esteve no Alvorada na mesma data em que foi discutida a minuta do golpe. A informação consta no relatório da PF. Segundo o documento, o então governador eleito chegou ao Palácio que serve de residência ao presidente da República no dia 19 de novembro de 2022 às 17h19 e saiu às 19h17.

Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante também foi enfático e direto. Ele afirmou que Lula trabalha em parceria com políticos de oposição mesmo que integrantes deste campo político tenham tramado sua morte. O motivo seria respeitar a população que votou nestas pessoas.

Não é fácil um presidente e um vice-presidente que foram ameaçados de morte, de um golpe de Estado e de tudo o que nós assistimos recentemente, manter a mesma atitude de compromisso a respeito ao voto popular a quem é eleito.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES

Lula, Nunes e Tarcísio em ato para assinatura de acordos com BNDES Imagem: Ricardo Stuckert/PR

Tarcísio baixa o olhar e escuta calado

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que golpistas planejaram algo inimaginável. O discurso partiu da tribuna, Tarcísio estava na segunda cadeira ao lado.

O governador estava olhando para o chão quando o ministro tocou no assunto. Tarcísio continuou com esta atitude por alguns segundos e na sequência virou a cabeça na direção de Rui Costa, mas logo voltou a dirigir um olhar vago para o piso do Palácio do Planalto.

Cria política de Bolsonaro, Tarcísio mantém fidelidade ao ex-presidente. Ele é cobrado por militantes da direita conservadora se não agir desta forma.

O governador também é escolha de empresários que desejam um nome moderado da direita na Presidência. Ele tenta se equilibrar nesta situação. Ocorre que o plano golpista revelado pela Polícia Federal obrigou a um posicionamento. Tarcísio ficou ao lado de Bolsonaro.

Quando o evento acabou, a equipe de Lula se retirou. Tarcísio permaneceu no local conversando com assessores e saiu sem responder às perguntas da imprensa sobre os discursos sobre a tentativa de golpe.

Obras do Novo PAC

Os contratos somam R$ 10,6 bilhões de empréstimos do BNDES. Os acordos são das obras do trem InterCidades entre São Paulo e Campinas, do trecho norte do Rodoanel, da Linha 2-Verde do Metrô e de ônibus elétricos para capital paulista.

A Linha 2-Verde do Metrô será expandida até a Penha, na zona leste. A promessa é que o ramal, que já está em obras, tenha integrações com a linha 3-Vermelha e a linha 11-Coral.

O contrato com os ônibus elétricos é de R$ 2,5 bilhões. O acordo é para compra de 1.300 veículos de fabricação nacional para Prefeitura de São Paulo. A gestão de Ricardo Nunes ficou distante da meta de entregar ônibus deste modelo.

As obras do Rodoanel receberão um empréstimo de R$ 1,35 bilhão. O trecho interliga 12 rodovias e tem 19,7 km de vias em quatro faixas e 26,1 km de vias em três faixas, além de 14 túneis

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