Lula, Tarcísio e Nunes anunciam R$ 10 bilhões de investimentos em São Paulo
O presidente Lula (PT) anunciou nesta sexta (29) um investimento de R$ 10 bilhões para São Paulo ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB).
O que aconteceu
Esse é o primeiro encontro entre os três após o resultado das eleições municipais. A cerimônia ainda teve a presença do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, além de secretários dos governos municipal e estadual.
Os contratos somam R$ 10,6 bilhões de empréstimos do BNDES. Os acordos são das obras do trem InterCidades entre São Paulo e Campinas, do trecho norte do Rodoanel, da Linha 2-Verde do Metrô e de ônibus elétricos para capital paulista.
A Linha 2-Verde do Metrô será expandida até a Penha, na zona leste. A promessa é que o ramal, que já está em obras, tenha integrações com a linha 3-Vermelha e a linha 11-Coral.
O contrato com os ônibus elétricos é de R$ 2,5 bilhões. O acordo é para compra de 1.300 veículos de fabricação nacional para Prefeitura de São Paulo. A gestão de Ricardo Nunes ficou distante da meta de entregar ônibus deste modelo.
As obras do Rodoanel receberão um empréstimo de R$ 1,35 bilhão. O trecho interliga 12 rodovias e tem 19,7 km de vias em quatro faixas e 26,1 km de vias em três faixas, além de 14 túneis.
Lula x Tarcísio e Nunes
A cerimônia de assinatura dos contratos ocorre em meio ao indiciamento de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente é suspeito com outras 36 pessoas dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A PF também encontrou plano para matar Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e ministro Alexandre de Moraes. O documento, denominado "Punhal verde amarelo", foi impresso pelo general Mário Fernandes, dias após a derrota de Bolsonaro em 2022 e foi entregue ao ex-presidente.
O assunto foi citado nos discursos dos ministros do governo Lula durante a cerimônia. Rui Costa disse que o presidente "não se abala um milímetro" mesmo após as notícias de tentativa de golpe. O petista não discursou no evento.
O governador e o prefeito de São Paulo sentaram o mais longe possível de Lula. O presidente ficou no centro da fila de cadeiras onde estavam as autoridades. Nunes e Tarcísio foram para a ponta da fileira.
A postura contrasta com o que ocorreu antes de o evento começar. A entrada do presidente foi anunciada pelo mestre-de-cerimônias, mas ele não entrou na sala. Ficou cochichando com Nunes e Tarcísio no corredor que leva ao espaço. A conversa durou por minutos. Ao final, eles também voltaram a se falar.
A relação dos líderes políticos é recheada de trocas de farpas e apoios a desafetos. Apesar de o MDB de Nunes ser da base do governo federal, Lula apadrinhou o rival do prefeito na corrida municipal, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). Após ser reeleito, o emedebista disse que "não tem o menor sentido" seu partido apoiar o petista em 2026.
Tarcísio tenta manter uma distância segura de Lula para não ser criticado por bolsonaristas. O petista já reclamou diversas vezes da ausência do governador em agendas sobre o estado. "É uma pena, porque o governador poderia estar aqui com a gente, mas ele não vai em nenhum lugar que o convido. Saindo daqui, vamos visitar uma obra em Campinas, que tem investimento do BNDES, ele [Tarcísio] está convidado, mas não vai", disse Lula, em julho deste ano.