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Jovens foram 'desproporcionalmente' afetadas pelo vírus da aids em 2023, diz Unicef

Prédio da Unicef - iStock/Getty Images
Prédio da Unicef Imagem: iStock/Getty Images

29/11/2024 16h05Atualizada em 29/11/2024 16h26

Sete em cada dez jovens entre 15 e 19 anos infectados pelo vírus da Aids em 2023 eram meninas, uma taxa que sobe para 9 a cada 10 na África Subsaariana, informou, nesta sexta-feira (29), o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

Cerca de 96.000 meninas e 41.000 meninos entre 15 e 19 anos se infectaram com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) em 2023, segundo a organização das Nações Unidas para a infância, que divulgou os dados às vésperas do Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro.

A média de contágios diários subiu para 330 entre crianças de 0 a 14 anos.

Embora tenha havido uma "redução notável" de novas infecções na última década, houve 250.000 novos casos entre menores de 19 anos em 2023, elevando o número total de infectados para 2,4 milhões.

"As jovens adolescentes continuam a lutar para acessar serviços adequados de prevenção e apoio", afirmou a organização em um comunicado, alertando que, "se não forem tomadas medidas urgentes para abordar o impacto desproporcional do HIV nas adolescentes e mulheres jovens, especialmente na África Subsaariana, os progressos conquistados com tanto esforço na resposta ao HIV poderão ser perdidos".

"É preciso dar prioridade às crianças que vivem com HIV ao investir recursos e esforços para ampliar o tratamento para todos", disse Anurita Bains, Diretora Associada de HIV/AIDS do Unicef.

Ao contrário de 77% dos adultos portadores do vírus com acesso a antirretrovirais, apenas 57% das crianças com menos de 14 anos têm esse tratamento, e 65% dos adolescentes.

No ano passado, mais de 90.000 crianças e adolescentes morreram devido a causas relacionadas com a aids - cerca de 250 mortes diárias. Desses, 73% eram menores de 10 anos.

A África Subsaariana continua sendo a região mais afetada, embora a taxa de novas infecções por HIV na África Oriental e Meridional tenha diminuído 72% entre as crianças de 0 a 14 anos e 57% entre os jovens de 15 a 19 anos desde 2010, o que é considerado "um dos maiores avanços mundiais em saúde pública nas últimas décadas", segundo o Unicef.

No entanto, em 2023, foram registrados 74.000 novos casos entre jovens de 15 a 19 anos na África Oriental e Meridional, 18.000 na África Ocidental e Central, 8.900 na Ásia Meridional, 5.800 na Europa Oriental e Ásia Central, e 16.000 na Ásia Oriental e Pacífico.

América Latina e Caribe não registraram redução significativa na taxa de infecção por HIV entre adolescentes em pelo menos uma década, enquanto as novas infecções entre adolescentes aumentaram 70% no Oriente Médio e no Norte da África desde 2010.

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