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Entenda por que o dólar já passou de R$ 6,10 e não para de bater recorde

Cédulas de dólares - Pete Linforth/Pixabay
Cédulas de dólares Imagem: Pete Linforth/Pixabay
do UOL

Do UOL, em São Paulo

29/11/2024 10h35

O dólar superou a marca de R$ 6,10 em alguns momentos do pregão desta sexta-feira (29). Às 10h16, chegou a R$ 6,11. A disparada da moeda americana ocorre um dia após o governo federal anunciar um pacote de ajuste fiscal que não foi bem digerido pelo mercado.

O que está acontecendo

Às 9h03, o dólar comercial subia e era vendido a R$ 6,002. O dólar comercial, usado nas transações entre empresas, é a referência para todas as cotações no Brasil. Às 10h16, a moeda atingiu R$ 6,116, maior cotação do dia, mas não a primeira acima de R$ 6,10 nesta sexta.

Na quinta (28), a moeda americana atingiu o maior valor histórico nominal ante o real: R$ 5,98. O pessimismo do mercado se deu por causa do anúncio do pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, feito ontem mesmo e considerado tímido demais para fechar as contas do governo.

Na quarta-feira (27), o dólar já havia batido o recorde de então, fechando em R$ 5,91. Nesse dia, a moeda subiu antes mesmo de Haddad fazer o pronunciamento oficial, no qual antecipou parte do ajuste fiscal. isso ocorreu porque houve o vazamento de que o governo anunciaria uma perda de receita, com a isenção no Imposto de Renda de contribuintes com rendimentos de até R$ 5 mil mensais. Já naquele momento ficou claro para o mercado que o governo federal não seria muito rígido em seu tão esperado corte de gastos.

O mercado se estressou com o anúncio da isenção de IR porque estava aguardando, há meses, um pacote de contenção de despesas e não de renúncia de receitas. Foi o que disse Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas. "Enquanto não divulgar as medidas, o governo dá margem para o capital especulativo", afirma.

O dólar sobe também porque o presidente Lula voltou a defender, ontem, a isenção no IR e deixou em segundo plano o corte de gastos. De qualquer forma, é fato que a reação negativa do mercado foi sentida pelo governo. Haddad, horas depois de detalhar o pacote, afirmou que não estavam descartados anúncios de novos ajustes.

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