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Em dia de forte oscilação, dólar fecha em R$ 6; Bolsa teve alta

do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

29/11/2024 10h14Atualizada em 29/11/2024 19h58

O dólar teve um dia de oscilações e fechou em alta nesta sexta-feira (29), sendo vendido a R$ R$ 6,001, valor nominal atingido pela primeira vez na história. Na véspra, a moeda americana terminou cotada em R$ 5,98.

A Bolsa de Valores de São Paulo finalizou o dia se recuperando parte das perdas dos últimos pregões, com alta de 0,85%, aos 125.667 pontos, após ter iniciado a sexta em baixa. Na semana, a perda acumulada é de 2,68%. No mês de novembro, de 3,12%.

No câmbio, a divisa americana chegou a alcançar R$ 6,11 durante o expediente. Depois chegou a cair após declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e também de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.

O que aconteceu

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou a sexta (29) com avanço de 0,85%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, subiu para 125.667 pontos.

O dólar comercial fechou em alta de 0,19%, vendido a R$ 6,001, após ter chegado a R$ 6,11 anteriormente. O turismo teve valorização de 0,31%, para R$ 6,242.

A moeda americana deixou de subir com a força dos dias anteriores pela influência do que disseram Lira e Pacheco, entre outros motivos. "A tendência, porém, no curto prazo, é de que o real continue desvalorizado, uma vez que internacionalmente também o dólar segue com força, sem gatilhos que possam promover baixa", diz André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.

As declarações de Pacheco que mexeram com o câmbio foram divulgadas em nota. Nela, o senador afirma que o Congresso tem de apoiar, também, medidas de corte de gastos, ainda que não sejam populares. A ampliação da isenção do Imposto de Renda, no entanto, não é pauta para agora e dependerá de condições fiscais para se concretizar.

É importante que o Congresso apoie as medidas de controle, governança, conformidade e corte de gastos, ainda que não sejam muito simpáticas. Inclusive outras podem ser pensadas, pois esse pacote deve ser visto como o início de uma jornada de responsabilidade fiscal

Rodrigo Pacheco (PSD-MG) presidente do Senado

Lira reiterou o compromisso do Congresso com o arcabouço fiscal em postagem no X (antigo Twitter). Ele frisou que haverá celeridade na análise de propostas para ajuste das contas, mas que outras iniciativas, que implicam em renúncia fiscal, serão avaliadas com lupa. "Toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa, que está disposta a contribuir e aprimorar", escreveu Lira.

O mercado também corrigiu exageros da alta da moeda nos últimos dias, mas o sobe e desce foi forte durante essa sexta. É o que explica Galhardo. "A reação dos investidores teve uma magnitude desproporcional ao pacote, embora justificada", afirma. O que mais estressou os investidores, segundo ele, foi incluir a isenção do imposto de renda no pacote.

O governo anunciou seu pacote de contenção de gastos num pronunciamento na quarta (27) à noite, e detalhou alguns pontos em entrevista coletiva à imprensa na quinta (28). Além das medidas que somam R$ 327 bilhões de economia até 2030, foi anunciada isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil.

A proposta não caiu bem para o mercado. Para muitos, ela representaria perda de receita. Mas estudo feito por especialistas Made (Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades), da FEA/USP mostra que haverá neutralidade.

Outro fator que pressionou o dólar nesta sexta (29) foram os R$ 111,6 bilhões gastos com juros nominais da dívida do setor público em outubro. Esse total subiu 80,3% em comparação ao mesmo mês de 2023, quando foram gastos R$ 61,9 bilhões, conforme divulgou o Banco Central hoje. "Mesmo que o pacote do governo fosse capaz de cortar R$ 200 bilhões em gastos, isso não seria suficiente para conter essa despesa, fruto da alta taxa de juros que temos hoje", afirma Galhardo.

Ações

Na Bolsa, entre os destaques positivos, estão as ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3 e PETR4). Impulsionadas respectivamente, pela valorização do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional, PETR3 teve alta de 1,58%, para R$ 42,41, enquanto PETR4 subiu 0,47%, para R$ 38,77, e VALE3 avançou 2,07%, para R$ 58,72. Juntos, os três ativos têm peso de 19,74% no Ibovespa. Todas as variações são conforme dados preliminares.

Com Agência Estado

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