Quinze das 24 atividades têm altas de preços no IPP de outubro, aponta IBGE
A alta de 0,94% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em outubro foi decorrente de elevações em 15 das 24 atividades pesquisadas, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"A alta do dólar teve importante papel no IPP em outubro, ajudando a explicar o comportamento de vários setores. O aumento de preço da moeda americana, que em outubro foi de 1,5% e no ano já chega a 14,8%, impacta direta e indiretamente os preços na indústria", ressaltou Murilo Alvim, analista do IPP, em nota oficial.
O aumento de 1,81% nos preços dos alimentos exerceu a principal pressão sobre a inflação da indústria no mês, uma contribuição de 0,46 ponto porcentual. Foi o sétimo mês seguido de altas nos alimentos, acumulando um avanço de 9,39% no ano.
"Essa dinâmica da indústria de alimentos pode ser explicada pelo maior preço das carnes, em especial as bovinas. Há uma menor oferta de animais para abate, devido ao clima seco em algumas regiões com criação de gado, e ao aumento das exportações, que reduzem a oferta no mercado interno. Com o aumento do valor das carnes bovinas, o consumidor busca outras carnes, fazendo com que os preços das outras carnes também subam. Além disso, os derivados da soja, especificamente o óleo bruto e o refinado, que estão com uma oferta retraída internamente no país e uma demanda aquecida no mercado externo, contribuíram para a elevação dos preços", justificou Alvim.
Houve pressão sobre o IPP de outubro também das indústrias extrativas, com alta de preços de 7,84% e impacto de 0,34 ponto porcentual, metalurgia (2,24% e 0,14 ponto porcentual) e veículos automotores (0,80% e 0,06 ponto porcentual).
"O desempenho das indústrias extrativas reflete as intensas altas nos dois produtos com maior peso na atividade, óleo bruto de petróleo e minério de ferro. A alta acompanhou a cotação dessas commodities no mercado internacional. Cabe ressaltar que apesar do forte resultado positivo em outubro, o setor extrativo está no caminho oposto ao do IPP nos indicadores de longo prazo", acrescentou Alvim.