Joalheria ligada a falsos judeus comprou joias furtadas de ex-governador
Uma joalheria na região central de São Paulo ligada à gangue dos falsos judeus já era investigada por ter comprado joias furtadas do apartamento do ex-governador do Mato Grosso do Sul na capital Campo Grande (MS).
O que aconteceu
Proprietário de joalheria começou a ser investigado por receptação após pagar R$ 67 mil por itens furtados. Três suspeitos foram presos em junho deste ano pouco depois da transação, segundou apurou o UOL.
Grupo que repassou as joias é investigado por furto ao imóvel de Reinaldo Azambuja (PSDB). Dois relógios luxuosos, uma corrente com pingente de ouro, um bracelete do ouro e os R$ 67 mil em espécie foram recuperados e devolvidos ao ex-governador após determinação judicial.
Polícia Civil de São Paulo descobriu ligação da joalheria com a gangue dos falsos judeus após análise de mensagens pelo WhatsApp. Os investigadores cumpriram nesta quarta-feira (27) mandado de busca e apreensão no estabelecimento comercial, no 9º andar de um prédio na região central da capital paulista.
Proprietário da joalheria tem anotações criminosas por associação criminosa, receptação qualificada e furto. No seu comércio, os agentes encontraram equipamento para derreter metais.
No local, os agentes também colares, anéis, brincos e pedras que podem ser de vítimas de ataques da gangue dos falsos judeus. Segundo a Polícia Civil, quadrilha atacou ao menos sete prédios de luxo em um mês em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, usando o que os investigadores têm se referido como "o disfarce perfeito".
Disfarce perfeito
De camisas brancas de manga comprida, calça social e peruca, os membros da gangue dos falsos judeus se apresentam nas portarias como moradores. Em alguns casos, aparecem em vídeos de câmeras de segurança com talit e quipá, o xale e a pequena touca usada por judeus.
A vestimenta é o disfarce do bando, já que o bairro tem forte presença judaica. Em outras abordagens, usam apenas bonés e roupas despojadas, como se fossem adolescentes de classe média alta.
O objetivo é sempre o mesmo: se misturar entre os moradores para arrombar apartamentos. Assim, o grupo furtou milhares de reais em joias e em dinheiro vivo.
Ainda segundo a Polícia Civil, as ações são ousadas e com uma certa dose de exibicionismo. Após invadir apartamentos desocupados usando uma chave de fenda, os integrantes do grupo tiram selfies com relógios de ouro, correntes e outras joias furtadas quando ainda estão no local. As imagens são compartilhadas pelo WhatsApp com os comparsas em tempo real.
Quadrilha parece ter informações privilegiadas sobre a rotina desses condomínios, indicam as investigações. As ações foram registradas por câmeras de segurança analisadas pela Polícia Civil. Três suspeitos já foram identificados. A Polícia Civil agora busca mais informações para indiciá-los pelo crime de associação criminosa.
Fuga com agressões a porteiro
Vídeos dos locais atacados pelo grupo mostram ações com furtos, agressões e fugas ousadas. Um veículo com dois suspeitos aparece nas câmeras de segurança de um prédio da Rua Maranhão, na madrugada de 2 de novembro. Minutos depois, dois jovens com trajes judaicos descem de outro carro.
Na portaria, identificam-se como novos moradores para acessar o local. Às 3h47, entram no prédio e fingem usar o elevador, como mostram as imagens, mas acabam acessando o local pela escadaria aos fundos. Eles tentam arrombar a porta de um dos apartamentos, mas desistem após o barulho acordar um morador, que aciona a portaria.
Menos de 15 minutos depois, as imagens das câmeras de segurança registram a fuga. O porteiro não libera a saída. Após uma discussão, um deles se equilibra por uma estreita estrutura de metal e pula a porta de entrada com cerca de 2,50 m. O outro assaltante não consegue sair e cai após ser atingido por um soco do porteiro.
O comparsa então volta à cena do crime com outros dois suspeitos que davam cobertura do lado externo. Um deles usa uma barra de ferro para quebrar o portão do prédio. O grupo agride o porteiro e consegue escapar, como mostram as imagens.
Dono possui passagens por furto, associação criminosa, receptação qualificada
o proprietário é investigado pela compra de parte das joias furtadas da residência do Ex-Governador de Mato Grosso do Sul, Reinando Azambuja, tendo pago aos furtadores (grupo diverso daquele investigado pelos crimes de Higienópolis) o valor em espécie de R$ 67.000,00. Os autores do crime foram detido pela Polícia Civil próximo à loja ourives logo após realizarem a negociação, na data de 11/06/2024 (BO HX6193-2/2024)