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Bolsas da Europa fecham em alta, de olho em inflação alemã e postura de Trump para tarifas

São Paulo

28/11/2024 13h53

As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira, 28, em sessão com liquidez limitada devido ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. O dia teve a divulgação da inflação na Alemanha, e uma melhora no sentimento econômico na zona do euro.

As altas nas bolsas vieram após quedas consecutivas na Europa continental, em grande parte impulsionadas pela postura tarifária do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Outro tema que chama a atenção é a questão orçamentária na França, com a crise que coloca em risco o governo do primeiro-ministro Michel Barnier impulsionando uma disparada dos rendimentos dos títulos locais.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,47%, a 507,31 pontos.

Segundo a Comissão Europeia, o índice de sentimento econômico da zona do euro subiu para 95,8 em novembro. Já a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da Alemanha acelerou para 2,2% em novembro, de 2% em outubro. Na comparação mensal, o CPI alemão teve deflação de 0,2% ante outubro.

Os dados anuais ficaram abaixo da previsão de analistas consultados pela FactSet, que previam 2,3%. Na visão do ING, é uma boa notícia para a ala hawkish do BCE. "Com a aceleração da inflação global e a estabilização do sentimento econômico, a oposição contra um corte de 50 pontos base nas taxas na reunião de dezembro irá tornar-se mais forte", avalia. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,82%, a 19.419,92 pontos.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, avaliou que uma guerra tarifária entre EUA e Europa pode impulsionar levemente a inflação no curto prazo. Contribuindo para o ambiente incerto está a imprevisibilidade da imposição de tarifas. O Société Generale observa que as táticas geopolíticas de Trump são "provocar, falar e então declarar vitória para os EUA", o que adiciona volatilidade aos mercados, principalmente ao câmbio.

Enquanto isso, governo francês está pronto para fazer concessões ao parlamento sobre o orçamento, disse o ministro da Economia e Finanças da França, Antoine Armand. A declaração ocorre em meio a um impasse que está causando turbulência no mercado financeiro e ameaça Barnier.

Os juros de títulos soberanos da França e da Grécia, com vencimento de 10 anos, atingiram nesta quinta-feira o mesmo nível pela primeira vez desde o início da série histórica. Por sua vez, em Paris, o CAC 40 avançou 0,60%, a 7.186,01 pontos.

Em Madri, a Grifols cedeu 11,60% após notícia de que o fundo canadense Brookfield pode desistir da compra da companhia farmacêutico diante de divergências sobre o valor da companhia. Na mesma cidade, o Ibex35 subiu 0,41%, a 11.626,40 pontos. Em Milão, o FTSE MIB avançou 0,52%, a 33.262,35 pontos. Em Lisboa, o PSI20 teve alta de 0,27%, a 6.435,62 pontos. Fora da zona do euro, o FTSE 100 teve avanço mais contido em Londres, 0,06%, a 8.279,84 pontos.

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