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Por que, segundo a PF, os 'kids pretos' desistiram de executar Moraes?

Os "kids pretos", integrantes do Comando de Operações Especiais do Exército - Divulgação/Exército
Os 'kids pretos', integrantes do Comando de Operações Especiais do Exército Imagem: Divulgação/Exército
do UOL

27/11/2024 10h05Atualizada em 27/11/2024 10h55

O plano para matar o ministro do STF Alexandre de Moraes em 15 de dezembro foi abortado devido à negativa do Exército de aderir à tentativa de golpe, segundo o relatório da Polícia Federal.

O que aconteceu

O trecho do relatório cita o general Freire Gomes de "manter a posição institucional". Isso, segundo a PF, fez com que o então presidente Jair Bolsonaro não tivesse a confiança necessária para avançar com os planos golpistas.

No entanto, apesar de todas as pressões realizadas, o general Freire Gomes e a maioria do Alto Comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado. Tal fato não gerou confiança suficiente para o grupo criminoso avançar na consumação do ato final e, por isso, o então presidente da República JAIR BOLSONARO (...) estar com o decreto pronto, não o assinou. Com isso, a ação clandestina para prender/executar ministro Alexandre de Moraes foi 'abortada'.
Relatório da PF

pf - Reprodução/PF - Reprodução/PF
Print do relatório da PF
Imagem: Reprodução/PF

"FAB afrouxou". O relatório também cita uma mensagem encaminhada pelo coronel Gustavo Gomes, em que se lê: "(...) Infelizmente a FAB afrouxou e o EB agora também está afrouxando". As siglas se referem à Força Aérea brasileira (FAB) e ao Exército brasileiro (EB). O relatório cita que "a mensagem prossegue se referindo a Marinha do Brasil (MB) e ao presidente da República (PR): 'Somente o MB quer guerra... o PR realmente foi abandonado... (...)'. Em seguida, em tom de desanimo, Gomes diz: 'Recebi de um amigo. Acabou!'."

A PF cita que a negativa aos planos ocorreu em 15 de dezembro, quando seis pessoas monitoravam Moraes em Brasília. Apesar de Mario Fernandes, número dois da Secretaria-Geral, confiar em um apoio das Forças Armadas, Gomes teria frustrado os planos.

Depoimento de ex-comandante da Aeronáutica

A PF juntou ao relatório final parte do depoimento do ex-comandante da Aeronáutica Baptista Junior. Ele afirma que a posição do então comandante do Exército, general Freire Gomes, de não embarcar no golpe foi determinante para a iniciativa não dar certo. O Exército é a maior das três Forças Armadas.

Indagado se o posicionamento do general Freire Gomes foi determinante para que uma minuta do decreto que viabilizasse um Golpe de Estado não fosse adiante respondeu que sim; que caso o Comandante tivesse anuído, possivelmente a tentativa de Golpe de Estado teria se consumado
Trecho do depoimento do ex-comandante da Aeronáutica à PF

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