Pistas de aeroporto na França são fechadas para buscar cachorra desaparecida há uma semana
Há uma semana, a cachorra de uma turista está perdida no aeroporto Charles de Gaulle em Paris, na França. A companhia aérea Air France garante que nunca mobilizou tantos meios para encontrar um animal, chegando a fechar pistas de pouso e decolagem para usar um drone nas buscas, sem sucesso.
A cachorra Amalka, de dois anos, sem raça definida, escapou de sua caixa de transporte durante o descarregamento do voo da Air France, proveniente de Viena, no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, na terça-feira (19). Quando o porão do avião foi aberto, após o pouso, a cachorra, que havia saído da caixa, fugiu para as pistas.
Mísa, sua cuidadora de 29 anos, de nacionalidade tcheca, estava a caminho de Dalas, nos Estados Unidos, para encontrar o namorado, e fez uma conexão em Paris. Diante da situação, ela decidiu ficar na França até encontrar sua companheira.
"Eu estou deprimida porque há uma semana que eu moro no aeroporto e ainda não consegui encontrar minha cachorra", disse.
A Air France garante que quando soube do desaparecimento, iniciou imediatamente buscas para encontrar o animal por meio de um plano de ação implementado em toda a área do aeroporto - que cobre 32 km² - incluindo a divulgação para todos os funcionários de um alerta de busca com uma fotografia do animal e informações que permitam identificá-lo.
Amalka foi vista diversas vezes desde a última terça-feira, como em um vídeo onde anda entre aviões.
Na terça-feira (26), a GTA, que cuida da segurança do transporte aéreo na França, fechou diversas pistas de pouso e decolagem do aeroporto, para que um drone pudesse ser usado na busca, de acordo com a companhia aérea. A operação começou às 14h30 e durou cerca de duas horas, segundo fonte aeroportuária. O tráfego aéreo não foi perturbado, garantiu a mesma fonte.
Cachorra foi vista
"O animal foi visto e abordado em diversas ocasiões, mas até agora não foi possível capturá-lo", acrescentou a Air France.
A tutora foi autorizada a ir às pistas para tentar encontrar seu cão, o que "não é banal", segundo a administração dos Aeroportos de Paris, porque é necessária uma autorização da Secretaria de Segurança Pública.
"Eu me aproximei dela delicadamente. Chamei o nome dela, mas é muita pressão. Ela nunca tinha viajado de avião antes. Ela nunca esteve em um ambiente tão barulhento e tenho a impressão de que ela não confia mais em mim", continua Micha.
A tutora, que tem transtorno de déficit de atenção, espera encontrar a cachorra rapidamente. "Amalka é muito importante para a minha terapia. Devemos estar juntas o tempo todo porque ela me ajuda a manter o foco quando perco a concentração", explica Mísa.
"São organizadas buscas regulares na presença do cliente (inclusive à noite) e foram colocados cartazes em diversas áreas para alertar o pessoal do aeroporto para esta situação", garante a companhia aérea que cobre as despesas com a estadia da tutora no aeroporto.
Caso nunca foi visto antes
De acordo com Manuela Vidal, representante da associação de proteção de animais Cats in The Air, que participa das buscas, "o que está acontecendo com Amalka, nunca tinha sido visto".
Criada em 2016 para capturar e esterilizar gatos que vivem no aeroporto Charles de Gaulle, a associação "Cats in The Air" também participa, desde 2019, na busca de animais desaparecidos durante o transporte nos aeroportos parisienses.
Manuela Vidal explica que o tamanho do aeroporto dificulta as buscas. "Há lugares onde eles podem se esconder e um galgo (uma das raças da cachorra) corre muito rápido. Na grande maioria dos casos, o cachorro que não tem medo volta para o homem e o animal é encontrado em 24 horas", explica.
No caso de Amalka "temos um animal que aparece, desaparece e reaparece na outra ponta da plataforma, e isso por oito dias", diz a representante da associação.
"Ela pode ter conseguido caçar coelhos no aeroporto, também temos vários pontos de alimentação na área, então ela pode ter encontrado um ponto para se alimentar", acredita.
De acordo com ela, dos cerca de 30.000 a 35.000 animais de estimação transportados pelo grupo Air France para os dois aeroportos de Paris, Orly e Charles de Gaulle, entre 3 e 5 se perdem por ano.