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Lula diz que quer que agro cresça e 'cause raiva em deputado francês'

do UOL

Do UOL, em Brasília

27/11/2024 11h17Atualizada em 27/11/2024 11h39

Lula cutucou o protecionismo nesta quarta (27) e disse que deseja mais crescimento do agronegócio brasileiro para "causar raiva em deputado francês". Ele acrescentou que espera assinar o acordo entre Mercosul e União Europeia neste ano, apesar das negativas da França.

O que aconteceu

Lula afirmou que a França "não apita mais nada". O presidente declarou que a Comissão Europeia tem autonomia para firmar o acordo e a presidente da instituição, Ursula von der Leyen, sinalizou que vai assinar.

Por causa do acordo, parlamentares franceses foram desrespeitosos ao falar da carne brasileira. "A realidade é que nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo", afirmou o deputado Vincent.

O presidente da França, Emmanuel Macron, também tenta barrar o acordo. A situação fez o Carrefour cessar a importação de carne brasileira e causou um problema diplomático, que acabou com uma carta de retratação da empresa para retomar o abastecimento.

Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva em deputado francês que hoje achicalhou os produtos brasileiros, porque nos vamos fazer o acordo do Mercosul.
Lula

c - Evaristo Sá / AFP - Evaristo Sá / AFP
Lula disse que a chegada de montadoras chinesas fez marcas dos EUA e Europa voltarem a investir no Brasil
Imagem: Evaristo Sá / AFP

Agro é exemplo, diz Lula

A resposta de Lula aos parlamentares franceses ocorreu durante um evento da indústria. Ele entrou no assunto ao ressaltar falas de representantes do setor que elogiaram o agronegócio e sinalizaram que o campo tem ensinamentos a passar.

O presidente mencionou o investimento em pesquisa feito pelo agro. Ele afirmou que há muita tecnologia num grão de milho e soja. Acrescentou que existe muito trabalho em genética na carne de frango e bovina.

Lula acrescentou que o próximo passo será aumentar os negócios com a Índia. Ele pretende levar uma comissão de empresários brasileiros para prospectar oportunidades no país. Também quer receber uma delegação de indianos dispostos a investir no Brasil.

O presidente ressaltou que não deseja brigar com os Estados Unidos. Declarou que não importa se o presidente do país é Joe Biden ou Donald Trump porque o que existe são interesses soberanos legítimos dos países e busca por convergência.

Mas Lula ponderou que o investimento americano no Brasil caiu. O presidente defendeu parcerias com novos mercados como resposta e usou a China como exemplo. Ele disse que a chegada de montadoras como BYD e GWM fez a indústria automobilística americana e europeia anunciarem R$ 130 bilhões em investimento.

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