Haddad confirma economia de R$70 bi no pacote fiscal e isenção de IR para quem ganha até R$5 mil
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou na noite desta quarta-feira em pronunciamento em rede nacional que o pacote de contenção de gastos do governo vai gerar uma economia de 70 bilhões de reais nos próximos dois anos.
Dentro do pacote, como havia sido informado mais cedo pela Reuters, estão previstas medidas como a instituição de uma idade mínima para que os militares entrarem na reserva, a limitação de transferências de pensões militares, o pagamento de abono salarial apenas a quem ganha até 2.640 reais, a correção do abono pela inflação nos próximos anos até que o benefício atinja o limite de um salário mínimo e meio e o crescimento do montante global de emendas parlamentares abaixo do limite das regras fiscais, entre outras ações.
Haddad também disse que com as novas regras propostas para o salário mínimo, ele continuará subindo acima da inflação, de "forma sustentável e dentro da nova regra fiscal".
"Essas medidas que mencionei vão gerar uma economia de 70 bilhões de reais nos próximos dois anos e consolidam o compromisso deste governo com a sustentabilidade fiscal do país", afirmou Haddad. "Para garantir os resultados que esperamos, em caso de déficit primário, ficará proibida a
criação, ampliação ou prorrogação de benefícios tributários", acrescentou.
Ao mesmo tempo, o ministro confirmou que quem ganha até 5 mil reais por mês não pagará mais Imposto de Renda.
"A nova medida não trará impacto fiscal, ou seja, não aumentará os gastos do governo. Porque quem tem renda superior a 50 mil reais por mês pagará um pouco mais. Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados", disse Haddad.
(Reportagem de Marcela Ayres, Lisandra Paraguassu e Fabrício de Castro)