Ex de autor de atentado contra STF incendiou casa de propósito, diz polícia
A ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, o Tiu França, autor do atentado a bombas contra o STF, colocou fogo na casa dele propositalmente, concluiu a Polícia Civil de Santa Catarina.
O que aconteceu
Polícia reuniu provas de que Daiane Dias, 41, incendiou a casa e pretendia, ao que tudo indica, tirar a própria vida. A informação foi confirmada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (27).
O caso aconteceu no dia 17 de novembro, quatro dias após seu antigo companheiro e dono da casa, Tiu França, provocar explosões em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal). O homem acabou morrendo no ato.
Daiane incendiou o lar e permaneceu dentro, sendo retirada apenas com a chegada de vizinhos. Ela registrou queimaduras em todo o corpo.
Ela agiu totalmente sozinha e ateou fogo na residência e permaneceu lá dentro no intuito, ao que tudo indica, de tirar sua própria vida, o que só não ocorreu porque vizinhos tiraram ela lá de dentro.
Juliano Bridi, delegado
O UOL apurou que a mulher segue em estado grave por conta das queimaduras. Ela foi internada na UTI do Hospital Tereza Ramos, em Lages, e não há previsão de alta ou progressão do seu estado de saúde.
Polícia confirmou intenção de incêndio após confirmar que a mulher comprou matéria inflamável. Durante a investigação, a Polícia Civil apurou que Daiane foi até um estabelecimento comercial da cidade no nascer do sol para comprar o produto. Na sequência ela foi até a casa e ateou fogo.
O atentado
Francisco Wanderley Luiz, o Tiu França, 59, tentou invadir a sede do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele portava explosivos e, impedido de entrar, atirou alguns dos artefatos contra a fachada do prédio. Em seguida, deitou-se na Praça dos Três Poderes e morreu em função de mais uma explosão, segundo laudo da perícia da PF (Polícia Federal).
O autor do atentado foi candidato a vereador em Santa Catarina. Luiz recebeu 98 votos e não se elegeu em Rio do Sul (SC), em 2020. Quatro meses antes do ataque, ele se mudou para Brasília. A família diz que não sabia dos seus planos, mas a ex-mulher disse à PF que ele desejava a morte do ministro Alexandre de Moraes.
Tiu França morreu por "traumatismo cranioencefálico provocado por explosão", diz laudo. De acordo com o documento, as lesões no cadáver indicam que Luiz segurava o artefato explosivo "junto à própria cabeça" no momento da explosão. Há, por exemplo, "múltiplas fraturas" na mão direita.
A vítima não considerava a própria morte como um ato isolado, mas sim dentro de um contexto e conectada a uma série de eventos futuros. Mais precisamente, desencadeando essa série de eventos. Ou seja, provavelmente a vítima se enxergava como o pequeno homem na ilustração, cujo papel seria servir como gatilho e, através da própria morte, deflagrar uma reação em cadeia que levaria a um todo maior.
Trecho do laudo da PF
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