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EUA sancionam chefes de segurança de Maduro por 'repressão' após eleição na Venezuela

Nicolas Maduro - Maxwell Briceno/REUTERS
Nicolas Maduro Imagem: Maxwell Briceno/REUTERS

27/11/2024 12h54Atualizada em 27/11/2024 14h14

Os Estados Unidos anunciaram, nesta quarta-feira (27), sanções contra 21 funcionários do aparato de segurança e membros do gabinete do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, por cumprir suas ordens "para reprimir a sociedade", com o objetivo de "se declarar fraudulentamente vencedor" das eleições.

O Escritório de Controle de Ativos Externos (Ofac) do Departamento do Tesouro sancionou, entre outros, os chefes dos serviços de inteligência, Alexis José Rodríguez Cabello, e da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM), Javier José Marcano Tábata.

Também foram sancionados o ministro de Comunicação, Freddy Ñáñez, e Daniella Desiree Cabello, filha do ministro do Interior, Diosdado Cabello.

"Esses indivíduos apoiaram e executaram as ordens de Maduro para reprimir a sociedade civil em seus esforços para se declarar fraudulentamente vencedor das eleições presidenciais da Venezuela de 28 de julho", afirma o Tesouro em um comunicado.

Dessa forma, ignoram "a vontade da esmagadora maioria dos eleitores venezuelanos que escolheram Edmundo González Urrutia como seu próximo presidente", acrescenta.

As forças de segurança "prenderam arbitrariamente em massa os apoiadores da oposição democrática" e reprimiram violentamente as manifestações, protesta Washington, um dia antes de se completarem quatro meses das eleições.

"As ações repressivas" são "uma tentativa desesperada de silenciar as vozes de seus cidadãos", denunciou o subsecretário interino do Tesouro para o Terrorismo e Inteligência Financeira, Bradley T. Smith, citado no comunicado.

Além disso, o Departamento de Estado impôs restrições de visto a "indivíduos alinhados com Maduro".

Com essas medidas, quase 2.000 pessoas são afetadas por restrições de visto até o momento.

"Não se trata simplesmente de responsabilizar Nicolás Maduro", mas sim os funcionários "que agem ilegalmente para manter este regime baseado em táticas repressivas", declarou a jornalistas um funcionário do governo que pediu anonimato.

Washington segue sem mexer nas licenças petrolíferas, apesar de a líder opositora venezuelana, María Corina Machado, insistir neste pedido.

A indústria petrolífera da Venezuela é alvo de sanções desde 2019, mas Washington concede licenças individuais para que várias empresas operem no país, como a americana Chevron.

"Isso é algo que estamos revisando continuamente enquanto buscamos alcançar nossos objetivos de política externa na Venezuela", afirmou o funcionário.

"Porque não tomamos nenhuma ação até agora não significa que não tomaremos no futuro", explicou a jornalistas outro funcionário, que também pediu anonimato.

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