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Clínica em SP onde mulher morreu após hidrolipo não tinha licença sanitária

Paloma Lopes Alves - Reprodução/Redes sociais
Paloma Lopes Alves Imagem: Reprodução/Redes sociais
do UOL

Do UOL, em São Paulo

27/11/2024 18h26Atualizada em 27/11/2024 18h26

A clínica estética Maná Day, onde uma mulher de 31 anos fez hidrolipo e morreu, foi interditada pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde, da Prefeitura de São Paulo. O local não tinha licença sanitária para realizar procedimentos invasivos.

O que aconteceu

A clínica foi autuada e interditada nesta quarta-feira (27) por exercer atividade irregular, segundo a SMS (Secretaria Municipal da Saúde). "Não foi identificada licença sanitária junto à vigilância sanitária municipal ou mesmo solicitação de licenciamento sanitário protocolado", diz nota enviada pela pasta. A clínica fica localizada na Avenida Conselheiro Carrão, zona leste de São Paulo.

Paloma Lopes Alves pagou cerca de R$ 10 mil pela cirurgia. Ela teve uma parada cardiorrespiratória e foi socorrida por uma unidade do Samu. Segundo a prefeitura, a paciente foi levada ao Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio, no Tatuapé, sendo admitida em sala de emergência. "Foram realizadas todas as manobras de reanimação, conforme protocolo, porém, infelizmente, evoluiu a óbito", segundo a SMS.

Ela havia dado entrada na Maná Day pela manhã e deveria receber alta no fim do dia. A hidrolipo é uma alternativa mais simples à lipoaspiração convencional para remover gordura de áreas específicas do corpo.

O BO aponta embolia pulmonar como a provável causa da morte. A polícia aguarda o resultado do laudo do IML.

O caso é investigado como morte suspeita. Em nota, o Cremesp diz que soube dos fatos pela imprensa e apura o caso. "As investigações tramitam sob sigilo determinado por Lei".

A clínica de estética Maná Day fica localizada na Avenida Conselheiro Carrão - Reprodução/Maps - Reprodução/Maps
A clínica de estética Maná Day fica localizada na Avenida Conselheiro Carrão
Imagem: Reprodução/Maps

Marido diz que houve negligência

Marido da vítima fala em negligência. Everton Reigota contou à Record que a clínica não o informou sobre o problema e demorou para chamar o Samu. Paloma foi reanimada na clínica, mas sofreu uma segunda parada cardiorrespiratória a caminho do hospital.

Paloma conheceu o médico que fez o procedimento pelas redes sociais. O cirurgião Josias Caetano falou à TV Globo que Paloma começou a passar mal minutos após sair da cirurgia. "Ela estava com angústia respiratória, muita falta de ar. Piorou muito e ela ficou inconsciente. Foi coisa de segundos".

Médico diz que fez massagem cardíaca e entubou paciente antes da chegada do Samu: "É esperado que com essas manobras você já recupere rapidamente. Não foi o que aconteceu."

Defesa de Josias Caetano diz que Paloma assinou termo de consentimento que cita riscos da cirurgia, incluindo a embolia pulmonar. "Não existe cirurgia sem risco. A decisão voluntária de submeter se a cirurgia é feita considerando a possibilidade, ainda que remota de ocorrerem complicações leves, moderadas, ou graves, podendo causar prejuízo profundas (sic), embolias pulmonares, infartos, arritmias cardíacas, derrames, isquemias cerebrais, mas raramente óbito", diz trecho do documento.

Paloma Lopes Alves e o marido Everton Reigota - Reprodução/Redes sociais - Reprodução/Redes sociais
Paloma Lopes Alves e o marido Everton Reigota
Imagem: Reprodução/Redes sociais

Paloma tinha 31 anos e era empresária no ramo da beleza. Ela fazia atendimentos de extensão de cílios e outros procedimentos, como a micropigmentação labial.

Ela era casada. Nas redes, ela compartilhava fotos de viagem e trabalho.

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