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Quem é Alexandre Bompard, CEO do Carrefour que causou 'crise das carnes'

Alexandre Bompard, CEO do Carrefour - Reprodução/Instagram
Alexandre Bompard, CEO do Carrefour Imagem: Reprodução/Instagram
do UOL

Do UOL, em São Paulo

26/11/2024 11h46

O CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, 52, divulgou um comunicado em que afirmava que a varejista se comprometia a não comprar e revender carnes do Mercosul, o que gerou boicote e reações do Ministério da Agricultura no Brasil. Nesta terça-feira (26), Bompard pediu desculpas ao ministro Carlos Fávaro.

Quem é Alexandre Bompard

CEO do Carrefour desde julho de 2017. Bompard assumiu a administração da rede varejista em julho de 2017, substituindo Georges Plassat. Ele chegou ao cargo para tentar reverter o fraco desempenho do hipermercado na França.

Trabalhou na Fnac Darty. Ele foi presidente executivo da rede varejista de eletrônicos entre 2011 e 2017. Antes, ocupou cargos de liderança em empresas de comunicação, como Europe 1 e Canal+. Bompard trabalha com áreas ligadas a finanças desde 1999.

Formação em direito público e pós em economia. O executivo é formado pelo Sciences Po e também tem diploma em administração pela École Nationale d'Administration (Escola Nacional de Administração).

Além de CEO do Carrefour, Bompard também é presidente da Fundação Carrefour desde setembro de 2017. Em agosto de 2023, ele assumiu a presidência da Fédération du Commerce et de la Distribution (Federação do Comércio e da Distribuição) da França.

Entenda a crise

A manifestação de Bompard ocorreu após ondas de protestos dos agricultores franceses. Eles adotam a oposição na tentativa de barrar novamente o acordo de livre comércio entre os blocos, firmado em 2019. Com a normalização da situação ao longo dos últimos anos e o bom relacionamento entre os presidentes Lula e Emmanuel Macron, havia a expectativa de que a assinatura da proposta fosse formalizada na cúpula do G20, realizada no Brasil na semana passada.

Os grupos se opõem à importação de produtos agropecuários sem a cobrança de impostos. Além das carnes, também figuram nos pedidos de embargo as aves e o açúcar. Diante dos protestos, Macron tenta reforçar o compromisso com a agricultura.

Agricultores citam temor sanitário com produtos do Mercosul. A bandeira levantada nos protestos e na decisão do Carrefour é rechaçada por Fávaro, que cita a França como consumidora das carnes nacionais há 40 anos.

O Carrefour virou alvo de boicotes após anúncio de interrupção. No Brasil, a Fhoresp (Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo) recomendou que seus associados interrompessem as compras nos estabelecimentos. Frigoríficos também aderiram ao boicote e suspenderam vendas à rede.

Bompard pediu desculpas. "Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpas", escreveu ele, segundo nota divulgada pelo Ministério da Agricultura.

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