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PF ouve nesta quinta tenente-coronel sobre plano de morte de Lula

O tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo, suspeito de planejar assassinato de Lula, em 2022 - Reprodução
O tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo, suspeito de planejar assassinato de Lula, em 2022 Imagem: Reprodução
do UOL

Colunista do UOL

26/11/2024 12h04Atualizada em 26/11/2024 12h44

A Polícia Federal marcou para esta quinta-feira (28) o depoimento do tenente-coronel Rodrigo Bezerra, um dos suspeitos de montar um plano para assassinar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O que aconteceu

Militar foi preso no Rio. Ele é um dos integrantes das Forças Especiais do Exército, os "kids pretos", e não está ainda na lista dos 37 indiciados por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A informação é de Camila Bomfim, da TV Globo, e foi confirmada pelo UOL.

São 5 os responsáveis pelo plano, segundo a PF. Além de Bezerra, foram presos o general da reserva Mário Fernandes, os tenentes-coronéis Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima, além do agente da PF Wladimir Matos Soares. Bezerra deve ser indiciado após o depoimento à Polícia Federal e entrar em um relatório complementar, a ser enviado ao STF.

Plano previa matar Lula e Alckmin em dezembro de 2022. A PF apontou um "detalhado planejamento operacional", chamado "Punhal Verde e Amarelo", previsto para ser executado em 15 de dezembro de 2022, com o assassinato de Lula e Alckmin. O plano também incluía a execução de Moraes, que era monitorado continuamente, caso o golpe fosse consumado.

PF reuniu provas e evidências. Além de mensagens de celular, vídeos, gravações, depoimentos da delação premiada do tenente-coronel Cid, há uma minuta de um decreto golpista, que, de acordo com a PF, foi redigida e ajustada por Bolsonaro. Estratégia detalhada foi encontrada no HD do general da reserva Mario Fernandes.

As investigações apontaram que os indiciados se estruturaram por divisão de tarefas. Isso teria permitido a "individualização das condutas e a constatação da existência de grupos", segundo a PF. A anonimizaçao consistia em usar técnicas, telefones, codinomes para esconder a participação no esquema.

Moraes deve encaminhar nos próximos dias à PGR o relatório final da PF em que foram indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas. Cabe à PGR analisar o caso. A Polícia Federal concluiu a investigação e apresentou relatório final de cerca de 800 páginas ao STF na última quinta-feira (21). A PGR analisa todos os fatos e decide se apresenta denúncia contra os envolvidos.

PGR terá prazo inicial de 15 dias para se manifestar. Paulo Gonet pode pedir mais tempo ou mesmo solicitar mais diligências caso entenda ser necessário. A expectativa é que ele só apresente a denúncia em 2025, devido ao grande volume de informações da investigação e a complexidade do caso. Além disso, o Judiciário entra em recesso a partir de 20 de dezembro.

De perfil discreto e cauteloso, Gonet nem sempre tem adotado o mesmo entendimento da PF. Ele deve ser minucioso ao se debruçar sobre os detalhes da investigação antes de apresentar uma denúncia.

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