ONU no Haiti alerta que mais de 40 mil pessoas fugiram de Porto Príncipe em 10 dias
Mais de 40 mil pessoas fugiram de suas casas em Porto Príncipe em um período de dez dias neste mês, quando a capital haitiana foi atingida por um aumento da violência de gangues, informou nesta segunda-feira (25) a agência da ONU para migração.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) descreveu essa onda de deslocamentos como a pior em dois anos, com um total de 40.965 pessoas em Porto Príncipe deslocadas entre os dias 11 e 20 de novembro, algumas pela segunda ou terceira vez.
"A escala desse deslocamento não tem precedentes desde que começamos a responder à crise humanitária em 2022", disse Gregoire Goodstein, chefe da OIM no Haiti, em comunicado.
Nas últimas duas semanas, vários bairros de Porto Príncipe e arredores foram palco de confrontos violentos envolvendo o "Viv Ansanm" ("Viver juntos"), uma aliança de gangues formada em fevereiro para derrubar o então primeiro-ministro Ariel Henry, que renunciou em abril.
No total, mais de 700 mil pessoas foram deslocadas no Haiti, segundo a organização.
"Essa crise não é apenas um desafio humanitário. É um teste de nossa responsabilidade coletiva", acrescentou Goodstein.
O Haiti tem sofrido com instabilidade política por décadas. Sua crise de segurança mais recente está ligada à presença de gangues armadas acusadas de assassinatos em massa, sequestros e violência sexual.
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