Mineradores fecham rodovias e acampam em frente ao Congresso do Peru contra prazo para regularização
Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - Milhares de pequenos mineradores do Peru bloqueavam nesta segunda-feira rodovias enquanto outros acampavam em frente ao Congresso para exigir a prorrogação por mais dois anos de registro que lhes permite operar temporariamente, mas, segundo autoridades, tem sido mal utilizado e facilita a expansão da mineração ilegal.
Mineradores de pequena escala rejeitam um projeto de lei do governo enviado ao Congresso que estabelece um prazo de seis meses para regularizar suas atividades a partir de 31 de dezembro, quando termina a validade do atual Registro Integral de Formalização de Mineração (Reinfo).
"Pedimos pelo menos dois anos de prorrogação e uma nova lei que permita concluir nossa formalização", disse por telefone Máximo Bécquer, presidente da Confederação Nacional de Pequena Mineração e Mineração Artesanal (Confemin).
Prorrogado várias vezes, o Reinfo foi criado no início da década passada para permitir a formalização dos mineradores artesanais. Muitos, no entanto, aproveitaram a autorização temporária para operar em áreas proibidas ou em propriedades de terceiros, sem cumprir exigências ambientais e trabalhistas.
Durante o protesto, milhares de mineradores, usando uniformes e capacetes de plástico, bloquearam a principal rodovia costeira nas regiões do sul, como Ica e Arequipa, deixando centenas de veículos de carga e passageiros presos em um congestionamento de até cinco quilômetros, mostraram imagens da televisão local.
O governo possui cerca de 85 mil registros de mineradores artesanais, a maioria oriundos de regiões pobres do interior do país, mas apenas 20% desses mineradores conseguiram se formalizar desde 2012, quando o programa foi criado. O Peru é o oitavo maior produtor mundial de ouro, segundo dados do setor privado local.
(Reportagem de Marco Aquino; reportagem adicional de Carlos Valdez da Reuters TV)