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Israel pode anunciar cessar-fogo com o Líbano nesta terça-feira

Motociclista observa ponto de ataque israelense na periferia de Beirute - Ibrahim AMRO /13.nov.2024-AFP
Motociclista observa ponto de ataque israelense na periferia de Beirute Imagem: Ibrahim AMRO /13.nov.2024-AFP

RFI*

25/11/2024 12h52

Após uma reunião de segurança na noite do domingo (24), Israel aceitou a mediação dos EUA para acabar com a guerra no Líbano. O Conselho de Segurança israelense se reunirá nesta terça-feira (26) e poderá anunciar a pausa nos combates. A ONU também pediu que "as duas partes aceitem o cessar-fogo".

O acordo de cessar-fogo na frente libanesa tem três fases. A primeira delas, que estabelece a interrupção dos combates e a retirada do Hezbollah do sul do Líbano, pode ser colocada em prática ainda nesta semana.

Na segunda fase, as tropas israelenses deverão deixar o território libanês. A terceira etapa propõe negociações para definir a fronteira entre os dois países, de acordo com o correspondente da RFI em Jerusalém, Michel Paul.

As discussões sobre uma possível pausa nos combates ocorreram em um dos dias mais intensos desde o início da guerra. Neste domingo, quase 300 foguetes foram disparados contra Israel, que enviou um milhão de israelenses para abrigos.

Nesta segunda-feira, a imprensa israelense aponta um detalhe que estaria atrasando a implementação imediata de uma trégua.

Segundo a imprensa israelense, para o governo de Netanyahu as negociações de cessar-fogo devem ser apenas da alçada dos Estados Unidos. Israel recusa que a França assuma um papel importante nas discussões após as críticas do governo francês em relação à ofensiva em Gaza, que desagradaram ao Estado judeu.

Cessar-fogo é "erro", diz Itamar Ben Gvir

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, aliado de extrema-direita do primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, escreveu nesta segunda-feira na rede social X que um acordo de cessar-fogo no Líbano seria "um grande erro" e "uma oportunidade histórica perdida de erradicar o Hezbollah".

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, pediu no domingo o fim dos combates entre os dois países. "Vemos apenas um caminho possível: um cessar-fogo imediato e a plena implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU", disse Borrell após conversas com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, e o presidente do Parlamento, Nabih Berri.

"Precisamos insistir com o governo israelense para que mantenha a pressão sobre o Hezbollah e aceite a proposta de cessar-fogo dos EUA", disse Borrell, enfatizando que a UE estava pronta para fornecer ? 200 milhões para ajudar a fortalecer a situação no país.

Novos bombardeios

Inúmeros ataques israelenses, particularmente nos subúrbios do sul de Beirute, aconteceram no final de semana, incluindo doze apenas na noite de domingo.

O Hezbollah assumiu a responsabilidade por 50 ataques contra tropas israelenses, posições militares e cidades do outro lado da fronteira no domingo. Pelo menos 250 projéteis foram lançados contra seu território, segundo o Exército israelense.

Em 23 de setembro, Israel intensificou a campanha de bombardeios no Líbano, visando principalmente redutos do Hezbollah, e depois enviou tropas terrestres através da fronteira.

Desde outubro de 2023, o conflito deixou pelo menos 3.754 mortos no Líbano, segundo o Ministério da Saúde. Do lado israelense, as autoridades anunciaram a morte de pelo menos 82 soldados e 47 civis.

Nesta segunda-feira, Israel bombardeou novamente os subúrbios no sul da capital do Líbano, depois de o Exército israelense ter emitido um alerta para evacuar a área.

Segundo a agência oficial de notícias libanesa, houve "três ataques nas proximidades de Haret Hreik". As imagens mostram uma fumaça densa nos subúrbios ao sul de Beirute, a capital.

De acordo com o Exército israelense, a força aérea "realizou bombardeios baseados em inteligência contra vários centros de comando do Hezbollah" nesta área.

* (Com AFP e Reuters)

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