Golpe dentro do golpe é tradição militar muito clara, diz historiador
O "golpe dentro do golpe", citado pelo general Walter Braga Netto em publicação em seu perfil no X (antigo Twitter), já é uma tradição militar muito clara, afirmou Francisco Carlos Teixeira, historiador e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), no UOL News deste sábado (23).
Para exemplificar, o historiador citou dois episódios ocorridos durante a ditadura militar no Brasil (1964 - 1985).
Eu lembraria ao general Braga Netto que o 'golpe dentro do golpe' não é exatamente um esforço de imaginação criativa, porque os próprios militares fizeram isso quando Costa e Silva, o general, emparedou Castello Branco para manter o sistema autoritário e, em seguida, na sua doença, os militares afastaram o vice-presidente Pedro Aleixo e deram posse a uma junta militar.
E em seguida, quando o general Sylvio Frota tentou derrubar o presidente Geisel por discordar da abertura política. Então, o golpe dentro do golpe é uma tradição militar muito clara.
Francisco Carlos Teixeira, historiador e professor da UFRJ
Braga Netto, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 35 pessoas, foi indiciado nesta quinta-feira (21) pela Polícia Federal sob suspeita dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
"Nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém. Agora parte da imprensa surge com essa tese fantasiosa e absurda de "golpe dentro do golpe". Haja criatividade", escreveu Braga Netto, em seu perfil no X, ao publicar uma nota de sua defesa.
A PF atribui a Braga Netto envolvimento direto com a ação de "kids pretos" mobilizados para a Operação Punhal Verde e Amarelo, missão orquestrada para matar Lula, o então vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
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