COP termina com acordo de financiamento climático de US$ 300 bilhões
Cerca de 200 países aprovaram na COP29, em Baku, que os países ricos aportem US$ 300 bilhões (US$ 1,7 trilhão) para os países em desenvolvimento fazerem frente às consequências das mudanças climáticas.
O acordo foi finalizado neste sábado (madrugada de domingo no Azerbaijão), em Baku, após duas semanas de negociações complicadas no Azerbaijão e já na prorrogação da conferência.
As partes aceitaram que os países ricos contribuam com US$ 300 bilhões anuais até 2035 para que as nações em desenvolvimento enfrentem as mudanças climáticas durante tensas negociações que duraram dois dias além do previsto.
Os US$ 300 bilhões serão destinados a países em desenvolvimento que precisam de recursos para abandonar o uso de carvão, petróleo e gás, os principais responsáveis pelo aquecimento global, além de se adaptarem ao aquecimento futuro e cobrirem os danos causados por eventos climáticos extremos. Embora o valor fique aquém do US$ 1,3 trilhão solicitado por esses países, é três vezes maior do que o acordo de US$ 100 bilhões anuais firmado em 2009 e que está expirando.
Tensão
As negociações da COP29, em Baku, se estenderam pelo segundo dia extra neste sábado. No começo da tarde, no horário local, discordâncias sobre o financiamento climático levaram delegações de nações insulares e países em desenvolvimento a abandonarem negociações, acusando falta de inclusão. As conversas foram interrompidas.
Em coletiva de imprensa no início da noite (hora local), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que a COP30, a ser realizada em Belém em 2025, precisa ser um marco de solidariedade entre países. Durante o encerramento da COP29, em Baku, ela reconheceu os desafios da presidência brasileira e afirmou que o foco será apresentar metas climáticas ambiciosas para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.
Em referência à dificuldade para o acordo do financiamento climático, Marina reforçou a urgência de cooperação: "É fundamental resgatar o sentido de solidariedade para enfrentar essa emergência." O Brasil se comprometeu a mediar diferenças e a fortalecer o diálogo para avançar na agenda climática global, em meio às expectativas para Belém.
Entre os resultados da COP29, foi aprovado o mercado de carbono, permitindo a compra e venda de créditos de emissões. Contudo, o mecanismo é criticado por ambientalistas, que o consideram uma licença para poluir.