'Quero agradecer porque estou vivo', diz Lula sobre plano de assassinato
O presidente Lula (PT) afirmou, nesta quinta-feira (21), estar grato por ainda estar vivo, em referência ao plano de assassinato revelado nesta semana pela Polícia Federal.
O que aconteceu
"Eu quero agradecer, agora muito mais, porque estou vivo. A tentativa de me envenenar, eu e o Alckmin, não deu certo", disse Lula, em evento no Palácio do Planalto. É a primeira vez que ele fala do plano de golpe, que incluía o assassinato dele, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em 2022.
Lula fez menção rápida, sem citar os envolvidos, mas falando em disputa política. "Quando nós disputávamos as eleições, eu dizia que um dos meus desejos era trazer o Brasil à normalidade, à civilidade democrática, em que a gente faz as coisas da forma mais tranquila possível, sabendo que tem adversário político, ideológico, mas sabendo que, de forma civilizada, você perde, você ganha", afirmou.
Segundo a Polícia Federal, os quatro militares das Forças Especiais e o agente federal presos reportavam a pessoas da cúpula do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os indícios colhidos apontam que o plano foi impresso no Palácio do Planalto, então comandado por Bolsonaro.
Eu não quero envenenar ninguém. Eu não quero nem perseguir ninguém. A única coisa que eu quero é que, quando terminar o meu mandato, que a gente desmoralize com números aqueles que governaram antes de nós.
Lula, sobre a tentativa de assassinato
O policial federal Wladimir Matos Soares participou da segurança do petista após ele ser eleito e antes da posse, em 2022. De acordo com a decisão, assinada por Moraes, ele fornecia "informações que pudessem de alguma forma subsidiar as ações que seriam desencadeadas, caso o decreto de golpe de Estado fosse assinado".
O general da reserva Mario Fernandes, preso por ter o plano em seu celular, aconselhou Bolsonaro após a derrota. A PF recuperou conversas dele com Mauro Cid que indicam que ele "assessorou" Bolsonaro para dar seu primeiro discurso depois de perder para Lula em 2022, rompendo um silêncio de quase 40 dias.
Ainda segundo a investigação, o policial federal Wladimir Matos Soares, também preso, passava informações sobre o cotidiano de Lula a pessoas próximas a Bolsonaro. Ele participou da segurança do petista então como candidato eleito, antes da posse, em 2022. A decisão, assinada por Moraes, diz que ele fornecia "informações que pudessem de alguma forma subsidiar as ações que seriam desencadeadas, caso o decreto de golpe de Estado fosse assinado".